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São Paulo, sábado, 29 de março de 2003

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FUTEBOL

Marcos, Edmílson, Gilberto Silva e Kleberson se tornam intocáveis

Parreira usa coadjuvantes de Scolari para derrotá-lo

DO ENVIADO AO PORTO

Eles foram coadjuvantes lançados por Luiz Felipe Scolari. Agora, com Carlos Alberto Parreira, ganharam status e tornaram-se intocáveis na atual seleção.
Marcos, Edmílson, Gilberto Silva e Kleberson, que só viraram titulares absolutos com Scolari, barraram antigos protegidos da dupla Zagallo/Parreira e permanecem na equipe titular.
Mesmo jogando no Palmeiras e rebaixado com ele para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro, Marcos colocou Dida, em grande fase no Milan, na reserva do time nacional.
Esta foi a primeira convocação de Marcos na era Parreira, mas mesmo assim, por seu desempenho no Mundial-2002, na Coréia do Sul e no Japão, foi guindado à equipe principal.
Seu concorrente esteve com Zagallo na Olimpíada de 1996, em Atlanta, e na Copa de 1998, na França, e foi goleiro do Corinthians de Parreira no primeiro semestre da temporada passada.
"O Dida vai jogar depois, mas o Marcos, pela Copa, será o titular agora", justifica o treinador.
Na zaga, Edmílson, recuperado de uma lesão que o tirou do jogo contra a China, também chegou e recuperou a posição.
Mas é no meio-campo que o dedo de Scolari mais está presente. Gilberto Silva e Kleberson, pouco conhecidos até o início do ano passado, caíram também nas graças de Parreira.
Desde que assumiu o cargo, o treinador só elogia a dupla, que assim deixa na reserva Emerson e Flávio Conceição, com grande experiência no futebol europeu e que também sempre estiveram entre os preferidos do atual comando da seleção brasileira.
No 4-4-2 que está implantando, Parreira quer os volantes lançados por Scolari protegendo a defesa e, se possível, atacando bastante, com Kleberson mais pela direita e Gilberto Silva pela parte esquerda do campo.
Já entre os protagonistas, Parreira também ainda não ousou mudar a principal obra de Scolari.
Mesmo com Rivaldo e Ronaldinho passando por fases ruins em seus clubes, os três "erres", responsáveis por 15 dos 18 gols brasileiros no último Mundial, continuam em campo pelo Brasil.
A partir de hoje, contra Portugal, o treinador terá mais elementos para analisar o que está tentando fazer na seleção.
"Este é o primeiro jogo que você pode avaliar como as coisas vão funcionar. Mas o esquema deve demorar para se cristalizar", afirma o treinador, que, na ocasião da partida diante da China, só fez um treino, ainda assim bastante leve, antes do confronto.
No ensaio final para a partida de hoje, as coisas não funcionaram muito bem para os brasileiros.
Mesmo enfrentando um time reserva completado por dois jovens jogadores de um time amador do Porto, os titulares pouco ameaçaram o gol defendido por Dida em cerca de 30 minutos de bola rolando. (PAULO COBOS)


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