São Paulo, quarta-feira, 29 de abril de 2009

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Câmara abre debate sobre Pacaembu

MARIANA BASTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

A Câmara Municipal quer ampliar o debate em relação à concessão do Pacaembu ao Corinthians. Para isso, criou uma comissão de estudos que passará a funcionar a partir da próxima terça, com a presidência do vereador Dalton Silvano (PSDB).
Antonio Goulart, vereador do PMDB e conselheiro do Corinthians, foi nomeado relator. Os demais membros da comissão serão apresentados hoje.
"A ideia é ouvir representantes dos clubes, de torcidas e, principalmente, as opiniões contrárias ao projeto", disse Silvano.
Segundo o secretário municipal de Esportes, Walter Feldman, o Corinthians está elaborando um plano de modernização do estádio que será apresentado à população. O projeto de reforma estaria orçado em R$ 100 milhões.
"A partir daí, poderá haver uma pesquisa de opinião pública ou um referendo popular para determinar se a maioria é favorável ou não à concessão do estádio ao Corinthians", afirmou Feldman.
"Em todos os eventos que vou, sempre pergunto a opinião da plateia sobre esse assunto. A maioria é sempre contra [a concessão]", completou.
O secretário pretende esclarecer algumas dúvidas com esse debate popular. Seria função do poder público administrar estádio? Sem investimento privado é possível modernizar o Pacaembu?
De acordo com a Secretaria de Esportes, o município despendeu, em 2008, R$ 2,5 milhões na manutenção do estádio. As receitas foram praticamente a metade: R$ 1,3 milhão.
No primeiro trimestre de 2009, o déficit foi de R$ 200 mil. Os principais componentes dos gastos são a manutenção do gramado e o pagamento dos cerca de 40 funcionários.
O secretário admite que, caso o Corinthians construa um estádio próprio, não há um planejamento para o uso da arena.
"Vai ser gravíssimo se o Corinthians resolver construir um novo estádio. Só vamos ter gasto. E gasto para quê?", questionou o secretário.
Apesar dos altos custos que a cidade teria que arcar para manter o estádio, inaugurado em 1940, caso o Corinthians decida ter casa própria, a ONG Viva Pacaembu, formada por moradores do bairro (que fica na região central da capital paulista), resiste à ideia de uma concessão.
"A melhor situação seria a população não aprovar a ideia e o Corinthians não construir estádio próprio. Desse modo, não teríamos somente gastos", avaliou o secretário municipal.


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