São Paulo, quarta-feira, 29 de maio de 2002

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Economia é barreira para fim de cisão

DO ENVIADO A SEUL

As pedras no caminho da reunificação coreana são enormes.
Maiores até do que as que houve no caso da Alemanha, o paralelo mais direto para a península.
A população da Alemanha Ocidental, por exemplo, era quatro vezes maior que a da Oriental. No caso coreano, a relação é de dois para um a favor do sul. Além disso, a distância entre as duas economias alemãs jamais foi tão grande como a da região asiática.
Segundo relato da agência "France Presse", os norte-coreanos nem poderão ver a Copa ao vivo por causa da falta recorrente de energia elétrica no país.
Os celulares, vedete do estilo de vida sul-coreano, ainda nem existem no lado norte -o serviço deve começar só em outubro.
A principal diferença em relação à Alemanha reside no fato de que os dois países asiáticos tiveram um intenso conflito entre si.
"Como consequência, ao contrário da Alemanha, o intercâmbio de pessoas e bens entre os países permaneceu em nível mínimo durante anos", afirma Kim Hong-jae, porta-voz do Ministério da Unificação da Coréia do Sul.
Para implodir a fronteira mais bem guardada do mundo, falta ainda muito xadrez político.
Entidades reclamam de violações aos direitos humanos na Coréia do Norte e tentam convencer embaixadas no país e nos vizinhos a aceitarem refugiados - atitude que a própria Coréia do Sul promete começar a fazer.
Será necessário ainda acordo sobre pontos fundamentais, como a natureza do novo Estado. A Coréia do Norte não garante adotar um sistema democrático e uma economia capitalista.
O comando do lado sul aposta suas últimas fichas -há eleição presidencial no final do ano. Na última semana, anunciou que não divulgará mais um relatório que afrontaria os norte-coreanos.
É uma tentativa desesperada de salvar a chamada "Sunshine Policy", que, em outros tempos, valeu o prêmio Nobel da Paz ao presidente Kim Dae-jung. (RD)


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