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WASHINGTON OLIVETTO
Ultimão, ê-ô!
Começo com uma boa notícia para os leitores: esta
é a última vez que escrevo
neste caderno "Copa 2002". Semana que vem não tem mais.
Despeço-me, escalando o Dream
Team do Mundial e analisando
os quatro finalistas.
Para a escalação desse time dos
sonhos - composto por aqueles
que foram os Gilmar, Zé Maria,
Gamarra, Amaral, Wladimir, Dino Sani, Cláudio, Luisinho, Casagrande, Sócrates e Rivellino desta
Copa-, pedi auxílio a dois especialistas. O jornalista Walter de
Mattos, flamenguista assumido e
representante da segunda maior
torcida do Brasil, e o imparcial
Juca Kfouri. Juntos chegamos à
seleção descrita abaixo.
O Gilmar da Copa foi o alemão
Oliver Kahn, goleiro excepcional,
eleito o goleiro dos sonhos e que
continuará eleito -mesmo se tomar dois frangos no jogo contra o
Brasil. Digo mais: se tomar dois
frangos amanhã, Oliver Kahn será ainda mais eleito o nosso goleiro dos sonhos.
O Zé Maria da Copa foi o brasileiro Cafu, que, mesmo sem atingir o nível técnico de um Rogério,
fez um belo Mundial.
O Wladimir da Copa foi outro
brasileiro, Roberto Carlos, que,
sem dúvida, teve grandes atuações, chegando a lembrar Kléber
em alguns momentos.
O Gamarra da Copa foi o próprio Gamarra. Impecável como
sempre, só não conseguiu evitar a
desclassificação de sua equipe,
que teve ainda uma outra perda
de peso: o goleiro Chilavert, que
não volta para o Paraguai. Foi
contratado por uma equipe japonesa de sumô.
O Amaral da Copa foi o inglês
Campbell, zagueiro sólido e seguro que tem tudo para, no futuro,
chegar a ser um Fábio Luciano.
O Dino Sani da Copa foi Diop,
autêntico Vampeta senegalês.
O Cláudio da Copa foi o inglês
Beckham, craque de lançamentos
perfeitos. E o Luisinho da Copa
foi o brasileiro Ronaldinho, de
dribles desconcertantes. Beckham
e Ronaldinho mereceram ainda
destaque como os dois gatos da
Copa, já que nenhum outro jogador é tão bonito quanto eles.
Lá na frente, o belga Wilmots
foi eleito como o Sócrates da Copa, o brasileiro Ronaldo, como o
Casagrande, e o ex-pernambucano - e atual catalão - Rivaldo,
como o Rivellino da Copa.
Já sobre os quatro finalistas, a
verdade é que a Alemanha é um
time fraco que tem como grande
"handicap" o impecável uniforme alvinegro, capaz de imprimir
derrotas fragorosas a outras
equipes, particularmente as vestidas de verde. O Brasil conta com
a presença de Dida, Vampeta e
Ricardinho no seu grupo, o que
aumenta consideravelmente o
nível técnico dos outros jogadores
e coloca o país como favorito.
A Turquia se aproveitou dos
ensinamentos deixados pelo mestre alvinegro Carlos Alberto Parreira quando trabalhou por lá e
acabou entre os finalistas.
E a Coréia, tão perseguida pelos
juízes que passam o tempo inteiro atrás dela tentando lhe arrumar um pênalti, conta ainda a
seu favor com um outro fator positivo. Dos 32 países que jogaram
o Mundial, é o único com um hino que não tem a palavra morte
em nenhum trecho da letra.
Não vou discutir o mérito da
execução do hino dos países antes
dos jogos, mas de uma coisa não
tenho dúvida: em matéria de futebol, hino bom é o de uma nação
que pode ser identificada durante a execução - até mesmo se o
seu nome for omitido. Aqui vai a
prova, só um pequeno trecho:
"Salve o...
O campeão dos campeões
Eternamente
Dentro dos nossos corações
Salve o...
De tradições e glórias mil
Tu és o orgulho
Dos desportistas do Brasil".
Obs.: A palavra "handicap" foi
usada como só o brasileiro usa,
no sentido oposto
Washington Olivetto, publicitário sempre (e cronista esportivo eventual), considera o passe de Ricardinho para Ronaldo no primeiro jogo contra a Turquia a
melhor jogada desta Copa
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