São Paulo, domingo, 29 de julho de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Milionário, futebol brasileiro não triunfa há 18 meses e passa vexame

Pobre menino rico

Vitorioso dentro de campo no passado, Brasil vê performance cair enquanto os recursos aumentam

RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL

Dinheiro não é o problema. A frase cada dia mais rara no vocabulário do brasileiro serve para excluir uma das muitas hipóteses que tentam explicar o fundo do poço do futebol verde-amarelo.
Nunca foram injetados tantos recursos em clubes e na seleção brasileira como nos últimos anos.
De meados da última década ao patrocínio da multinacional AmBev à CBF, o futebol brasileiro viu pelo menos US$ 600 milhões serem anunciados em grandes investimentos de patrocinadores.
Estima-se que pelo menos 40% desse valor, nada menos que US$ 240 milhões, já tenham chegado ao mercado. E isso sem contar o dinheiro proveniente de passes, ingressos e licenciamento.
Os resultados, no entanto, ficaram muito abaixo do esperado, especialmente nos últimos seis anos, período em que o setor tomou um choque de capital.
Há quase 18 meses, desde que o Corinthians venceu o primeiro Mundial de Clubes da Fifa, o futebol brasileiro não triunfa. A exceção é a Copa Mercosul, de âmbito internacional, mas "regionalizada" pelos interesses da TV e que realiza agora sua última edição.
Na última segunda-feira, com pelo menos US$ 20 milhões no bolso só neste ano, a seleção brasileira foi derrotada por Honduras.
É muito dinheiro para pouca conquista, com o patrimônio dos clubes, no mínimo, estanque.
Para empresários, o problema é que os clubes e seus dirigentes não estão "profissionalizados".
Para o deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP), que presidiu a CPI da CBF/Nike, o problema alia incompetência e desonestidade.
Divergências à parte, se dinheiro não é problema, para o futebol o excesso dele parece ter sido.



Texto Anterior: Painel FC
Próximo Texto: Futebol: Crises abalam símbolos endinheirados
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.