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Milionário, futebol brasileiro não triunfa há 18 meses e passa vexame
Pobre menino rico
Vitorioso dentro de campo no passado, Brasil vê
performance cair enquanto os recursos aumentam
RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL
Dinheiro não é o problema. A
frase cada dia mais rara no vocabulário do brasileiro serve para
excluir uma das muitas hipóteses
que tentam explicar o fundo do
poço do futebol verde-amarelo.
Nunca foram injetados tantos
recursos em clubes e na seleção
brasileira como nos últimos anos.
De meados da última década ao
patrocínio da multinacional AmBev à CBF, o futebol brasileiro viu
pelo menos US$ 600 milhões serem anunciados em grandes investimentos de patrocinadores.
Estima-se que pelo menos 40%
desse valor, nada menos que US$
240 milhões, já tenham chegado
ao mercado. E isso sem contar o
dinheiro proveniente de passes,
ingressos e licenciamento.
Os resultados, no entanto, ficaram muito abaixo do esperado,
especialmente nos últimos seis
anos, período em que o setor tomou um choque de capital.
Há quase 18 meses, desde que o
Corinthians venceu o primeiro
Mundial de Clubes da Fifa, o futebol brasileiro não triunfa. A exceção é a Copa Mercosul, de âmbito
internacional, mas "regionalizada" pelos interesses da TV e que
realiza agora sua última edição.
Na última segunda-feira, com
pelo menos US$ 20 milhões no
bolso só neste ano, a seleção brasileira foi derrotada por Honduras.
É muito dinheiro para pouca
conquista, com o patrimônio dos
clubes, no mínimo, estanque.
Para empresários, o problema é
que os clubes e seus dirigentes
não estão "profissionalizados".
Para o deputado Aldo Rebelo
(PC do B-SP), que presidiu a CPI
da CBF/Nike, o problema alia incompetência e desonestidade.
Divergências à parte, se dinheiro não é problema, para o futebol
o excesso dele parece ter sido.
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