|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
AUTOMOBILISMO
Juan Pablo Montoya, na pole, larga ao lado de seu desafeto Ralf Schumacher
Inimigos dividem primeira fila no GP da Alemanha
FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A HOCKENHEIM
Eles pilotam carros idênticos e
não se suportam. Pela primeira
vez, dividem a ponta de um grid.
Se não baterem antes da primeira
curva, os dois pilotos da Williams
devem protagonizar hoje uma
disputa à parte no GP da Alemanha, em Hockenheim.
A pole position é de Juan Pablo
Montoya, que corre apenas sua
12ª prova na F-1. Ralf Schumacher, que corre em casa e chegou a
ficar com a pole provisória, acabou mesmo com a segunda posição no grid. De cara amarrada.
Massacrados pela potência superior dos motores BMW, que
equipam a Williams, os dois times
que monopolizaram os três últimos campeonatos ficaram relegados a um segundo plano.
A McLaren colocou Mika Hakkinen em terceiro e David Coulthard em quinto. A Ferrari pôs
Michael Schumacher em quarto e
o brasileiro Rubens Barrichello,
vencedor da corrida em 2000, em
sexto (leia texto abaixo).
A diferença entre os tempos de
Ralf e de Hakkinen foi de 0s7, algo
assombroso em termos de F-1.
O GP da Alemanha, 12ª etapa da
temporada, acontece a partir das
9h (horário de Brasília).
Nos últimos dias, a própria concorrência vinha apontando a Williams como franca favorita para
este final de semana. A razão está
na potência do motor, item determinante em um circuito como
Hockenheim, composto basicamente por três longas retas.
Enquanto o propulsor BMW
produz 865 cavalos de potência, o
Ferrari chega a 840. Os motores
Mercedes-Benz vão até 810.
"Só terei chance de vencer se
Ralf e Montoya deixarem a prova", admitiu Hakkinen, ontem.
Com toda essa vantagem, a
preocupação da Williams para a
corrida de hoje é uma só: a inimizade entre seus dois pilotos.
Desde que foram apresentados,
Montoya e Ralf nunca se deram
bem. O conflito entre os dois explodiu após o GP da Inglaterra, há
15 dias, quando o alemão se negou a abrir passagem para o companheiro, que vinha mais rápido e
tentava um lugar no pódio.
Nesta semana, Montoya revelou
que não conversa com Ralf, algo
que o alemão confirmou.
Frios, sem se cumprimentarem,
os dois prometeram uma largada
"limpa" para a prova de hoje.
"Ninguém ganha corrida na
primeira curva. Se acontecer algo
na largada, vou aceitar o segundo
lugar e só partir para o ataque
mais tarde", afirmou Montoya.
"Mas acho muito difícil algo dar
errado. Temos o mesmo controle
de largada e o mesmo motor",
completou o colombiano.
"Normalmente, aqui, o piloto
que sai na pole contorna a primeira curva na frente. Amanhã [hoje"
deve ser assim. Vamos esperar
para ver", declarou Ralf.
A Williams não dominava uma
primeira fila desde o GP da Inglaterra de 1997. Naquela ocasião,
Jacques Villeneuve e Heinz-Harald Frentzen ficaram em primeiro e segundo, respectivamente.
Desde então, o time perdeu os
motores Renault, tentou a sorte
com os Supertec e, no ano passado, apostou na volta da BMW.
A parceria já rendeu ao time
duas vitórias neste ano, com Ralf,
nos GPs de San Marino e do Canadá. Hoje, o alemão tenta tomar
o terceiro lugar no Mundial de Pilotos, nas mãos de Barrichello.
Montoya, que foi ao pódio duas
vezes em 11 corridas, luta para se
tornar o oitavo piloto da história a
vencer um GP no ano de estréia.
Isso, claro, se os dois passarem
ilesos pela primeira curva do veloz circuito de Hockenheim.
NA TV - GP da Alemanha,
Globo, ao vivo, às 9h
Texto Anterior: Futebol: Explicações para o inexplicável Próximo Texto: Mesmo em 6º, Barrichello diz ter chance hoje Índice
|