São Paulo, domingo, 29 de julho de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

AUTOMOBILISMO

Juan Pablo Montoya, na pole, larga ao lado de seu desafeto Ralf Schumacher

Inimigos dividem primeira fila no GP da Alemanha

FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A HOCKENHEIM

Eles pilotam carros idênticos e não se suportam. Pela primeira vez, dividem a ponta de um grid. Se não baterem antes da primeira curva, os dois pilotos da Williams devem protagonizar hoje uma disputa à parte no GP da Alemanha, em Hockenheim.
A pole position é de Juan Pablo Montoya, que corre apenas sua 12ª prova na F-1. Ralf Schumacher, que corre em casa e chegou a ficar com a pole provisória, acabou mesmo com a segunda posição no grid. De cara amarrada.
Massacrados pela potência superior dos motores BMW, que equipam a Williams, os dois times que monopolizaram os três últimos campeonatos ficaram relegados a um segundo plano.
A McLaren colocou Mika Hakkinen em terceiro e David Coulthard em quinto. A Ferrari pôs Michael Schumacher em quarto e o brasileiro Rubens Barrichello, vencedor da corrida em 2000, em sexto (leia texto abaixo).
A diferença entre os tempos de Ralf e de Hakkinen foi de 0s7, algo assombroso em termos de F-1.
O GP da Alemanha, 12ª etapa da temporada, acontece a partir das 9h (horário de Brasília).
Nos últimos dias, a própria concorrência vinha apontando a Williams como franca favorita para este final de semana. A razão está na potência do motor, item determinante em um circuito como Hockenheim, composto basicamente por três longas retas.
Enquanto o propulsor BMW produz 865 cavalos de potência, o Ferrari chega a 840. Os motores Mercedes-Benz vão até 810.
"Só terei chance de vencer se Ralf e Montoya deixarem a prova", admitiu Hakkinen, ontem.
Com toda essa vantagem, a preocupação da Williams para a corrida de hoje é uma só: a inimizade entre seus dois pilotos.
Desde que foram apresentados, Montoya e Ralf nunca se deram bem. O conflito entre os dois explodiu após o GP da Inglaterra, há 15 dias, quando o alemão se negou a abrir passagem para o companheiro, que vinha mais rápido e tentava um lugar no pódio.
Nesta semana, Montoya revelou que não conversa com Ralf, algo que o alemão confirmou.
Frios, sem se cumprimentarem, os dois prometeram uma largada "limpa" para a prova de hoje.
"Ninguém ganha corrida na primeira curva. Se acontecer algo na largada, vou aceitar o segundo lugar e só partir para o ataque mais tarde", afirmou Montoya. "Mas acho muito difícil algo dar errado. Temos o mesmo controle de largada e o mesmo motor", completou o colombiano.
"Normalmente, aqui, o piloto que sai na pole contorna a primeira curva na frente. Amanhã [hoje" deve ser assim. Vamos esperar para ver", declarou Ralf.
A Williams não dominava uma primeira fila desde o GP da Inglaterra de 1997. Naquela ocasião, Jacques Villeneuve e Heinz-Harald Frentzen ficaram em primeiro e segundo, respectivamente.
Desde então, o time perdeu os motores Renault, tentou a sorte com os Supertec e, no ano passado, apostou na volta da BMW.
A parceria já rendeu ao time duas vitórias neste ano, com Ralf, nos GPs de San Marino e do Canadá. Hoje, o alemão tenta tomar o terceiro lugar no Mundial de Pilotos, nas mãos de Barrichello.
Montoya, que foi ao pódio duas vezes em 11 corridas, luta para se tornar o oitavo piloto da história a vencer um GP no ano de estréia.
Isso, claro, se os dois passarem ilesos pela primeira curva do veloz circuito de Hockenheim.
NA TV - GP da Alemanha, Globo, ao vivo, às 9h




Texto Anterior: Futebol: Explicações para o inexplicável
Próximo Texto: Mesmo em 6º, Barrichello diz ter chance hoje
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.