São Paulo, segunda-feira, 29 de julho de 2002

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VÔLEI

A conquista

CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

O fim de semana foi de festa para a seleção brasileira feminina. Quem diria, o time, tão renovado, conseguiu se classificar para a fase final do Grand Prix.
Foi uma conquista e tanto para uma equipe que perdeu cinco titulares, que pediram dispensa por problemas com o técnico, e tem uma base praticamente juvenil.
O resultado coloca o Brasil entre os quatro primeiros colocados do Grand Prix, posição melhor do que o quinto lugar de 2001. A partir de quinta-feira, a seleção vai iniciar a disputa pelo título com China, Rússia e Alemanha.
Uma pergunta fica no ar: Qual será a consequência do bom resultado no Grand Prix? Será que Virna, Fofão, Érika, Raquel e Walewska, que pediram dispensa, ainda têm chances de voltar? Na queda-de-braço das atletas com o técnico Marco Aurélio Motta, ele ganhou a primeira etapa e está fortalecido.
Quem ficou em uma situação difícil agora são as jogadoras. Atacantes como Érika, Raquel e Walewska, todas na faixa dos vinte e pouco anos, vão ter de negociar com o técnico, que queriam ver fora da seleção brasileira, se quiserem disputar o Mundial da Alemanha, em agosto.
E você sabe, para qualquer jogador, ainda mais tão jovem, não é nada bom para o futuro de sua carreira ficar muito tempo fora da seleção.
O certo é que Sassá, Luciana, Marcelle, Paula e Valeskinha, que agora são titulares, agarraram a chance com vontade. É uma equipe inexperiente, que ainda apresenta muitas falhas no passe, no bloqueio e no saque. Mas a tendência é o time ganhar confiança, aprimorar o jogo e estar muito bem para os Jogos de Atenas.
No Grand Prix, o Brasil também teve um pouco de sorte de não pegar chaves tão complicadas. O time só jogou uma vez com a Rússia e outra com a China. E perdeu esses dois jogos. Não precisou enfrentar EUA e Cuba. Teve como principais adversários Japão, Alemanha e Tailândia.
Mas o vôlei feminino mundial também vive uma fase de transição. Cuba é o maior exemplo. Depois de dominar o mundo com a conquista dos três últimos títulos olímpicos e dois mundiais, o time passa por uma renovação. Das grandes estrelas, só restou Regla Torres, eleita a melhor jogadora do século passado.
No Grand Prix, Torres jogou pouco. Está se recuperando de contusão. Mas os resultados das partidas mostram que a equipe cubana não é mais a mesma. Das oito seleções inscritas no torneio, Cuba teve a segunda pior campanha: três vitórias em nove jogos. Só ficou à frente da Tailândia.
O principal problema cubano tem sido substituir as duas levantadoras. Marlenis Costa pode até voltar para o Mundial, mas Taimaris Aguero é carta fora do baralho. Abandonou a delegação em 2001 e hoje vive na Itália. Resultado: o time está sofrendo com Anniara Munoz e Liana Mesa.
Das grandes seleções, Rússia e China são as únicas que continuam regulares. Se bem que o time russo está sem Elena Vassilevskaia. A levantadora titular está sendo Tatiana Gratcheva. Há quem diga que Vassilevskaia teria se desentendido com o técnico linha dura Nikolai Karpol.
China e Rússia só tiveram uma derrota no torneio. As chinesas perderam para as russas por 3 a 0. E a Rússia não escapou de uma surpresa. No fim de semana, foi superada pelo Japão por 3 a 2.

Mundial
A seleção feminina da Itália, medalha de prata no último Campeonato Europeu, continua firme na preparação para a disputa do Mundial, a partir de 30 de agosto, na Alemanha. As jogadoras italianas, que não estão disputando o Grand Prix, vão participar de um torneio amistoso, a partir desta quarta-feira, ao lado de Holanda, Polônia, Bulgária e República Tcheca.

Malas prontas
O atacante Toaldo, que na temporada passada atuou na equipe de Suzano, acertou sua transferência para a Espanha. Ele vai jogar no Numencia, da cidade de Soria. A equipe espanhola contará com mais dois atacantes brasileiros: Paulo Ferreira, o Gaúcho (ex-Santo André) e Evandro Conceição, o Boi, que na última Superliga defendeu o time da Intelbrás. Na Espanha, as equipes podem ter até seis jogadores estrangeiros. O campeonato começa a ser disputado em outubro e termina em maio do ano que vem.

E-mail cidasan@uol.com.br



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