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VÔLEI
A conquista
CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA
O fim de semana foi de festa
para a seleção brasileira feminina. Quem diria, o time, tão
renovado, conseguiu se classificar
para a fase final do Grand Prix.
Foi uma conquista e tanto para
uma equipe que perdeu cinco titulares, que pediram dispensa por
problemas com o técnico, e tem
uma base praticamente juvenil.
O resultado coloca o Brasil entre os quatro primeiros colocados
do Grand Prix, posição melhor do
que o quinto lugar de 2001. A partir de quinta-feira, a seleção vai
iniciar a disputa pelo título com
China, Rússia e Alemanha.
Uma pergunta fica no ar: Qual
será a consequência do bom resultado no Grand Prix? Será que
Virna, Fofão, Érika, Raquel e
Walewska, que pediram dispensa, ainda têm chances de voltar?
Na queda-de-braço das atletas
com o técnico Marco Aurélio
Motta, ele ganhou a primeira etapa e está fortalecido.
Quem ficou em uma situação
difícil agora são as jogadoras.
Atacantes como Érika, Raquel e
Walewska, todas na faixa dos
vinte e pouco anos, vão ter de negociar com o técnico, que queriam ver fora da seleção brasileira, se quiserem disputar o Mundial da Alemanha, em agosto.
E você sabe, para qualquer jogador, ainda mais tão jovem, não
é nada bom para o futuro de sua
carreira ficar muito tempo fora
da seleção.
O certo é que Sassá, Luciana,
Marcelle, Paula e Valeskinha, que
agora são titulares, agarraram a
chance com vontade. É uma equipe inexperiente, que ainda apresenta muitas falhas no passe, no
bloqueio e no saque. Mas a tendência é o time ganhar confiança,
aprimorar o jogo e estar muito
bem para os Jogos de Atenas.
No Grand Prix, o Brasil também teve um pouco de sorte de
não pegar chaves tão complicadas. O time só jogou uma vez com
a Rússia e outra com a China. E
perdeu esses dois jogos. Não precisou enfrentar EUA e Cuba. Teve
como principais adversários Japão, Alemanha e Tailândia.
Mas o vôlei feminino mundial
também vive uma fase de transição. Cuba é o maior exemplo. Depois de dominar o mundo com a
conquista dos três últimos títulos
olímpicos e dois mundiais, o time
passa por uma renovação. Das
grandes estrelas, só restou Regla
Torres, eleita a melhor jogadora
do século passado.
No Grand Prix, Torres jogou
pouco. Está se recuperando de
contusão. Mas os resultados das
partidas mostram que a equipe
cubana não é mais a mesma. Das
oito seleções inscritas no torneio,
Cuba teve a segunda pior campanha: três vitórias em nove jogos.
Só ficou à frente da Tailândia.
O principal problema cubano
tem sido substituir as duas levantadoras. Marlenis Costa pode até
voltar para o Mundial, mas Taimaris Aguero é carta fora do baralho. Abandonou a delegação
em 2001 e hoje vive na Itália. Resultado: o time está sofrendo com
Anniara Munoz e Liana Mesa.
Das grandes seleções, Rússia e
China são as únicas que continuam regulares. Se bem que o time russo está sem Elena Vassilevskaia. A levantadora titular está sendo Tatiana Gratcheva. Há
quem diga que Vassilevskaia teria se desentendido com o técnico
linha dura Nikolai Karpol.
China e Rússia só tiveram uma
derrota no torneio. As chinesas
perderam para as russas por 3 a 0.
E a Rússia não escapou de uma
surpresa. No fim de semana, foi
superada pelo Japão por 3 a 2.
Mundial
A seleção feminina da Itália, medalha de prata no último Campeonato Europeu, continua firme na preparação para a disputa do
Mundial, a partir de 30 de agosto, na Alemanha. As jogadoras italianas, que não estão disputando o Grand Prix, vão participar de
um torneio amistoso, a partir desta quarta-feira, ao lado de Holanda, Polônia, Bulgária e República Tcheca.
Malas prontas
O atacante Toaldo, que na temporada passada atuou na equipe de
Suzano, acertou sua transferência para a Espanha. Ele vai jogar no
Numencia, da cidade de Soria. A equipe espanhola contará com
mais dois atacantes brasileiros: Paulo Ferreira, o Gaúcho (ex-Santo
André) e Evandro Conceição, o Boi, que na última Superliga defendeu o time da Intelbrás. Na Espanha, as equipes podem ter até seis
jogadores estrangeiros. O campeonato começa a ser disputado em
outubro e termina em maio do ano que vem.
E-mail cidasan@uol.com.br
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