São Paulo, quinta-feira, 29 de agosto de 2002

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FUTEBOL

Derrota por 1 a 0 para o Atlético-PR deve acentuar crise no clube, que ocupa agora a 22ª coiocação no Brasileiro

Palmeiras perde e pressiona mais Murtosa

DA REPORTAGEM LOCAL

O Palmeiras começou mal sua "copa paranaense" dentro do Campeonato Brasileiro e foi derrotado pelo Atlético-PR por 1 a 0, ontem à noite, em Curitiba. O revés, que deixou o time na 22ª posição, deve acentuar a crise no clube, iniciada no último domingo após a goleada diante do Atlético-MG (4 a 0), no Parque Antarctica.
Anteontem, a Mancha Alviverde, principal torcida organizada do clube, emitiu um manifesto criticando o técnico Murtosa e o zagueiro Alexandre pela derrota para o time mineiro.
Agora, Murtosa terá de suportar a fúria dos torcedores na próxima partida, contra o Paraná, domingo, também na capital paranaense. Na próxima quarta-feira, o time recebe o Coritiba, encerrando a série de confrontos no Nacional diante de clubes do Paraná.
O presidente da Mancha, Paulo Serdan, interrompeu o cessar-fogo e até deu um ultimato ao treinador: "Ele já errou o que tinha de errar", afirmou Serdan.
Ontem, Murtosa atendeu a principal exigência da torcida, a entrada do atacante Nenê, que substituiu Muñoz, contundido.
Além disso, reforçou a marcação no meio-campo colocando o volante Célio no lugar de Fabiano Eller, outro criticado pelos torcedores. Nada disso adiantou. Os comandados de Murtosa pareciam não ter se refeito da derrota para o Atlético-MG.
Apático, o time paulista foi dominado pelo rival do início ao fim do primeiro tempo. Segundo o Datafolha, o Palmeiras finalizou apenas duas vezes ao gol.
Nem a jogada com o lateral Arce funcionou. Foram 11 cruzamentos, quase todos sem perigo.
Aos 5min, o juiz Carlos Eugênio Simon anulou gol do Palmeiras, após lançamento à área do paraguaio desviado pela zaga, alegando impedimento do ataque.
O time da casa respondeu com Dagoberto, que cabeceou com perigo à esquerda do gol de Marcos.
Dominando o meio-campo, os atuais campeões brasileiros ditavam o ritmo do jogo e acuavam os palmeirenses em seu campo de defesa. O meia Kleberson, pentacampeão mundial com a seleção, voltou ontem à equipe paranaense e foi o principal articulador das jogadas do time, que atacava principalmente pelo lado direito, com Adriano e Alessandro.
Aos 21min, Alessandro cruzou da direita, e Rogério Corrêa cabeceou rente à trave de Marcos.
Aos 36min, Adriano avançou pela direita, passou por Alexandre, e cruzou para Kléber, que cabeceou forte no canto esquerdo de Marcos para abrir o placar. Foi o quinto gol de Kléber, que assumiu a artilharia do Brasileiro.
Só após o gol o time de Murtosa reagiu. Paulo Assunção, da entrada da área, chutou, mas a defesa conseguiu desviar para escanteio.
A apatia e nervosismo -Nenê e Alexandre discutiram durante o jogo- palmeirense continuou na etapa final. Nem mesmo a entrada do atacante Anselmo no lugar do meia Juninho foi capaz de melhorar o poderio ofensivo do time. Os paranaenses, por sua vez, chegavam com facilidade ao ataque. E foram perdendo chances.
Primeiro, com Dagoberto, que chutou com perigo à direita do gol. Depois, com Kléber, de cabeça, que obrigou Marcos a fazer ótima defesa.
Murtosa ainda tentou dar vida ao seu ataque apostando suas últimas fichas no lateral Pedro, que substituiu Diego, e no atacante Itamar, que entrou no lugar de Juliano. O time finalizou nove vezes, mas sem acertar o alvo.
No final, o atacante Dodô, que não chutou uma vez sequer, definiu: "O Palmeiras não pode jogar de forma tão covarde".



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