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São Paulo, sexta-feira, 29 de agosto de 2003

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BOXE

Briga de rua em pay-per-view

EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL

As brigas de rua de "Iron" Mike Tyson são legendárias.
E, agora, via pay-per-view, o público poderá ter acesso às próximas. Ou ao que, esportivamente, mais se aproximaria delas.
É que o ex-campeão assinou contrato com a empresa que promove o K-1, modalidade que permite socos, chutes e joelhadas no corpo inteiro. As mãos são protegidas por luvas e os atletas lutam descalços dentro de um ringue.
Mais, o K-1 passa a organizar a partir do próximo mês, como parte de suas programações, combates de vale-tudo, modalidade que combina as regras do K-1 com as lutas no chão (jiu-jitsu, judô etc.).
O contrato de "Iron" Mike (cuja situação financeira atualmente não é das melhores) com o K-1 contempla três modalidades de luta: os combates dentro do regulamento do K-1, o vale-tudo e o pugilismo (o K-1, entretanto, não pode interferir nos contratos de seus combates de boxe nos EUA).
Os promotores crêem que a imagem de "bad boy" cultivada por Tyson ao longo de sua carreira será um dos fatores decisivos para atrair a atenção do público.
"Desde as brigas de rua de Tyson, a mordida na orelha de [Evander] Holyfield, todos queriam vê-lo em uma luta na qual as regras permitam que ele derrube o outro cara, chutá-lo no chão etc.", afirma Sergio Batarelli, representante do K-1 no Brasil.
Quem poderia esquecer a briga de rua de Tyson com o ex-adversário Mitch "Blood" Green?
No ringue, "Iron" Mike havia superado Green apenas por pontos. À época de sua briga de rua com Green, jornais brincaram que Tyson o vencera de novo por pontos. Todos no rosto de Green.
Ainda houve o episódio no qual Tyson agrediu um funcionário de um estacionamento que tentou evitar que molestasse uma colega.
O caso no qual agrediu dois motoristas idosos durante briga de trânsito. Entre inúmeros outros.
Por conta disso, a publicação "The Ring" disse uma vez que mesmo que os rivais de Tyson entrassem com facas ou canos de ferro no ringue, poderiam perder, por causa da experiência que Tyson tinha em brigas de rua.
Mas voltando à nova atividade de Tyson, este tem presença prevista na programação do K-1 Japão de setembro (de onde sai o representante japonês para o World Grand Prix), embora não seja para participar de luta no evento.
Os organizadores do K-1 (cujas transmissões são em pay-per-view) estão relutantes em divulgar mais detalhes sobre a estréia do ex-campeão dos pesados.
"Ainda é muito cedo para dar mais detalhes, há muita coisa em negociação", justifica Batarelli.
Porém o papel que o ex-campeão mundial dos pesados desempenhará na programação de setembro transcenderá o de mero espectador e servirá para promover a sua estréia, programada para o fim do ano, em dezembro, no evento conhecido como "New Year's Eve", esta coluna apurou junto a fontes ligadas ao K-1.
Na lista de candidatos a pegar "Iron" Mike, um dos mais fortes é o grandalhão norte-americano Bob Sapp (1,90 m e 160 kg), que já foi adversário do brasileiro Rodrigo Nogueira, o Minotauro.

Férias
Popó ganhou "férias" longas, depois do combate com Jorge Barrios. A previsão é de que retorne aos ringues apenas em 3 de janeiro.

Volta ao trabalho
Tido como uma estrela em ascensão até ser nocauteado pelo sul-africano Corrie Sanders, o peso-pesado Wladimir Klitshko pega o argentino Fabio Moli amanhã, em luta de recuperação. Questionei, durante teleconferência esta semana, o que Moli, que uma hora está fora do boxe e na próxima está dentro, acrescentaria à sua carreira. "Você não pode subestimar ninguém, veja o caso de Sanders antes de nossa luta [Sanders esteve inativo entre novembro de 2001 e novembro de 2002]. E não queria ficar fora do ringue até a revanche com Sanders [que deve ocorrer no fim do ano]", justificou o ucraniano.

E-mail eohata@folhasp.com.br


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