São Paulo, quarta-feira, 29 de setembro de 2004

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FUTEBOL

Time tenta encerrar série de 3 reveses como mandante diante de um São Caetano acostumado a bagunçar casas rivais

Palmeiras pega pior hóspede na pior hora

MÁRVIO DOS ANJOS
DA REPORTAGEM LOCAL

"Sabemos que o São Caetano é sempre um time difícil, mas vamos jogar em casa, e, com o apoio da nossa torcida, o Palmeiras tem uma vantagem boa para fazer uma boa partida."
Destaque dos 5 a 2 sobre o Vasco no último domingo, o meia Pedrinho tem razões para estar otimista em relação ao jogo de hoje, às 20h30, no Parque Antarctica. A verdade, porém, é que atuar em casa não é garantia de bom jogo para o time há 50 dias.
A última vitória caseira do time, que é o sétimo no torneio, foi no dia 10 de agosto, sobre o Internacional, por 3 a 1. Nos últimos três jogos como mandante, o Palmeiras naufragou. Perdeu para o Santos, no Pacaembu, para o Cruzeiro, no Parque Antarctica, e para o Corinthians, no Morumbi.
É. Mas como Pedrinho dizia, o Palmeiras sabe que o São Caetano é um time difícil, e isso não é apenas um clichê. Na verdade, o histórico do atual terceiro lugar do Brasileiro faz dele o pior adversário para quem tenta enfim fazer as pazes com a vitória em casa.
Tome os números e veja se o problema de Pedrinho não é um pouco pior do que parece. O São Caetano é a equipe com segundo melhor rendimento fora de casa neste Brasileiro. São 52,1% de aproveitamento (7 vitórias e 4 empates em 16 jogos). Curiosamente, só o Palmeiras é melhor que o time azul, com 52,9% de aproveitamento, mas com um jogo a mais fora de casa.
Além disso, o São Caetano defende hoje uma série invicta de cinco jogos em estádios rivais. O time do ABC derrotou o líder Santos, Vitória, Criciúma e Vasco e empatou com o Juventude.
A última visita malsucedida do time de Péricles Chamusca foi no Pacaembu, quando perdeu para o Corinthians por 2 a 0 no dia 1º de agosto. De lá para cá, são 58 dias bagunçando a casa dos outros.
E por último, mas ainda importante, o São Caetano, que venceu seus últimos cinco jogos (Coritiba, Grêmio, Vasco, Figueirense e Criciúma), tem a melhor defesa deste Brasileiro, com 26 gols.
Para Estevam Soares, o técnico palmeirense, a partida será decidida na base da paciência.
"Não é porque estamos em casa que podemos atacar de qualquer maneira ou querer vencer em cinco minutos", disse Estevam, ressaltando a base bem montada do rival. "Temos que jogar bem, ser aplicados e ter controle emocional para vencer", acrescentou.
A goleada em São Januário não deixou o treinador totalmente satisfeito, e ele tentou precaver seu time contra os defeitos apresentados no último domingo.
O técnico chamou a atenção de sua equipe para o gol de escanteio sofrido contra o Vasco e pediu que não fossem feitas faltas próximas à área, sejam elas frontais ou laterais. Além das boas cobranças do lateral Ânderson Lima, Estevam teme as cabeçadas do centroavante Fabrício Carvalho, que fez o gol da vitória por a 1 a 0 sobre o Coritiba no fim de semana.
Para Estevam, o Palmeiras pode sonhar alto, mas não jogar sonhando. "Ainda dá para lutar pelo título ou pela vaga na Libertadores, mas não temos que pensar nisso agora. Se almejamos algo maior, não podemos errar mais."
Do lado do São Caetano, o atacante Euller e o zagueiro Dininho, machucados, são dúvida para a partida, e o volante Mineiro está suspenso. O técnico Chamusca não quer que o "time difícil" facilite e soltou o clichê, afirmando ontem que "respeita o adversário, mas vai buscar a vitória".


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