São Paulo, domingo, 29 de outubro de 2000

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Japoneses acordam para o Brasil

DO ENVIADO A RECIFE

Se no Brasil a escolha de Leão para dirigir a seleção não foi uma unanimidade, no Japão a história é diferente. A imprensa local está fazendo barulho com a indicação do treinador, que foi campeão com o Verdy Kawasaki, em 1997.
Para a partida da seleção contra a Colômbia, que marcará a estréia de Leão no cargo -suspenso, estará nas tribunas-, duas emissoras de TV do Japão, três jornais e quatro revistas já pediram credenciamento e estão entrando em contato com Claudemir Gomes, assessor de imprensa do Sport e responsável pela agenda do técnico até dezembro, para entrevistas.
Antes da estréia de Leão, a participação da seleção nas eliminatórias não atraía tanto a atenção do Japão, que dividirá o Mundial de 2002 com a Coréia do Sul.
A partida mais "acompanhada" pelos japoneses havia sido a contra a Argentina, com três órgãos de imprensa do país credenciados -agora serão pelo menos nove.
Para Leão, será a oportunidade de voltar a praticar o japonês. "Eu até que falava bem, mas agora devo estar um pouco enferrujado", disse. "Mas, na hora que começar a ouvir japonês de novo, acho que começo a me lembrar melhor e vai dar para arranhar um pouco."
Mas, mais do que a audiência japonesa, o que o novo técnico quer é a presença e o incentivo do público brasileiro, escassos no final da era Luxemburgo.
"É uma boa hora para a torcida começar a voltar aos estádios", disse Leão, lembrando que, especialmente no Sul e no Sudeste, ela vem decepcionando na Copa JH.
"No Nordeste é um pouco diferente, principalmente no caso do Sport, que vem fazendo uma boa campanha. Aqui me perguntam muito se eu não estou decepcionado com a torcida, porque a média de público, em casa, tem sido de 20 mil pessoas, quando todos queriam que fosse de 30 mil."
"Se fosse em São Paulo, hoje em dia 20 mil torcedores no estádio para um jogo da João Havelange até que estaria de bom tamanho. Mas aqui não", disse. (JCA)


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