São Paulo, domingo, 29 de outubro de 2000

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Discurso de Zagallo está de volta

DO ENVIADO A RECIFE

Diferentemente de Luxemburgo, Leão é um velho conhecedor da seleção. Atuou mais de cem vezes com a camisa brasileira, só jogando menos do que Djalma Santos, Pelé, Rivellino e Taffarel.
Por isso mesmo, concorda com Eurico Miranda, deputado federal (PPB-RJ) e vice-presidente do Vasco, que costuma dizer que o futebol -e a seleção- é a primeira religião do brasileiro.
E, nos últimos dez dias, desde que foi anunciado por Antônio Lopes como novo técnico do time, passou a adotar discurso parecido com o de Mario Jorge Lobo Zagallo, campeão mundial pelo Brasil em 1958 e 1962 como jogador, em 1970 como técnico e em 1994 como coordenador.
Com Leão, o discurso da "amarelinha" está de volta. Acabou a história de que o Brasil está por baixo, passando a ser a terceira ou quarta força da América do Sul, como chegou a dizer Luxemburgo, irritando a cúpula da CBF.
"A seleção brasileira é a seleção brasileira e sempre será respeitada. Vamos voltar a jogar bonito, como o povo gosta, mas com muita garra e marcação. Em muitos momentos do jogo quero ver meus atacantes marcando", disse.
Para ele, comandar o Brasil é, de certa forma, participar de uma "guerra". "O time é a nação. Estamos defendendo a pátria, porque o futebol é uma religião e faz o Brasil ser respeitado e mais conhecido no mundo todo. Não podemos perder essa característica."
As semelhanças com Zagallo, técnico que o comandou em 1970, quando foi o terceiro goleiro do Brasil no México, e em 1974, quando amargou o quarto lugar na Alemanha, não param por aí.
Em Recife, Leão tem dirigido um Mercedes, com chapas 1313, que "dão sorte a Zagallo".
Coincidência ou não, lembra que foi agora, quando está andando com esse carro, que o chamaram à seleção. "Espero que seja um bom presságio", comentou, não se esquecendo de que Zagallo foi o maior vencedor da história com a "amarelinha". (JCA)


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