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Discurso de Zagallo está de volta
DO ENVIADO A RECIFE
Diferentemente de Luxemburgo, Leão é um velho conhecedor
da seleção. Atuou mais de cem vezes com a camisa brasileira, só jogando menos do que Djalma Santos, Pelé, Rivellino e Taffarel.
Por isso mesmo, concorda com
Eurico Miranda, deputado federal
(PPB-RJ) e vice-presidente do
Vasco, que costuma dizer que o
futebol -e a seleção- é a primeira religião do brasileiro.
E, nos últimos dez dias, desde
que foi anunciado por Antônio
Lopes como novo técnico do time, passou a adotar discurso parecido com o de Mario Jorge Lobo
Zagallo, campeão mundial pelo
Brasil em 1958 e 1962 como jogador, em 1970 como técnico e em
1994 como coordenador.
Com Leão, o discurso da "amarelinha" está de volta. Acabou a
história de que o Brasil está por
baixo, passando a ser a terceira ou
quarta força da América do Sul,
como chegou a dizer Luxemburgo, irritando a cúpula da CBF.
"A seleção brasileira é a seleção
brasileira e sempre será respeitada. Vamos voltar a jogar bonito,
como o povo gosta, mas com
muita garra e marcação. Em muitos momentos do jogo quero ver
meus atacantes marcando", disse.
Para ele, comandar o Brasil é, de
certa forma, participar de uma
"guerra". "O time é a nação. Estamos defendendo a pátria, porque
o futebol é uma religião e faz o
Brasil ser respeitado e mais conhecido no mundo todo. Não podemos perder essa característica."
As semelhanças com Zagallo,
técnico que o comandou em 1970,
quando foi o terceiro goleiro do
Brasil no México, e em 1974,
quando amargou o quarto lugar
na Alemanha, não param por aí.
Em Recife, Leão tem dirigido
um Mercedes, com chapas 1313,
que "dão sorte a Zagallo".
Coincidência ou não, lembra
que foi agora, quando está andando com esse carro, que o chamaram à seleção. "Espero que seja
um bom presságio", comentou,
não se esquecendo de que Zagallo
foi o maior vencedor da história
com a "amarelinha".
(JCA)
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