|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FUTEBOL
Jogadores mais usados pelo técnico na seleção vivem momento delicado
Inferno astral contamina time-base de Luxemburgo
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
A crise por que passa Wanderley Luxemburgo parece ter "contagiado" os jogadores que formavam a equipe-base da seleção brasileira durante a sua gestão.
Mesmo com a maioria dos preferidos de Luxemburgo atuando
na Europa, longe dos escândalos
que envolveram o nome do treinador do país -sonegação de
impostos, falsificação de documento e lucro com venda de jogadores-, atletas que eram há pouco esperanças da seleção hoje sofrem até nos seus clubes.
Em alguns casos, a situação dos
jogadores, embora não seja tão
complicada como a do ex-técnico
da seleção brasileira, é grave.
O goleiro Dida, que foi titular de
Luxemburgo durante quase toda
a sua gestão e que chegou a ser
unanimidade no país, passa terrível momento na Itália.
O ex-corintiano cometeu seguidas falhas no gol do Milan, levando inclusive o maior ""frango" da
temporada contra o Leeds.
Dida voltou para a reserva e virou motivo de piada na Europa.
Ainda mais porque o passaporte
português que conseguiu é falso,
o que dificulta seu futuro na Itália.
Cafu, o principal capitão da seleção de Luxemburgo, está sofrendo agressões na Itália. O lateral-direito da Roma teve seu carro
apedrejado por torcedores e
ameaça abandonar o time na condição de vítima de racismo.
O jogador tem sido criticado
por suas fracas atuações e, mesmo
nos jogos pela seleção no Brasil, já
vinha sendo hostilizado -no Rio,
a torcida o ironizou, gritando o
nome do modesto Maurinho.
Roberto Carlos foi barrado por
Luxemburgo no final de sua gestão, mas foi sempre um dos líderes da equipe nos últimos anos.
Na Europa, o lateral tem feito
gols pelo Real Madrid (ESP), mas
esteve para ir para a Inter (ITA).
Seu futuro na seleção é incerto,
já que sua fama de ""mascarado" e
de desagregador do grupo acabou
atrapalhando-o. Os torcedores o
elegeram como um dos ""dispensáveis" da equipe nacional, embora seu talento seja inegável.
Os zagueiros de Luxemburgo
também sofrem atualmente. Antônio Carlos não agrada ao técnico Fabio Capello na Roma e chegou a ser descartado pelo time italiano. O jogador se envolveu agora em briga com um jogador do
Sporting na Copa dos Campeões.
Aldair, também da Roma, deixou a seleção ""queimado" após
atender pedido de Luxemburgo
para continuar na equipe. O zagueiro, que havia encerrado sua
fase no time nacional, falhou feio
em gol do Uruguai e foi execrado.
Aldair segue na Roma mais pelo
seu passado no clube, que aposta
agora no argentino Samuel.
O volante Emerson, um dos
maiores símbolos da seleção de
Luxemburgo, trocou o Bayer Leverkusen pela Roma, mas mal teve como mostrar o futebol que lhe
rendeu prestígio na Alemanha.
O jogador sofreu grave contusão e foi submetido em agosto a
uma cirurgia no joelho esquerdo.
A recuperação total de seu ligamento cruzado anterior deverá
acontecer apenas em 2001.
Vampeta, outro volante de destaque com Luxemburgo, conseguiu transferência para o futebol
italiano, mas não conseguiu bom
espaço na Inter de Milão.
O time de Ronaldo trocou de
técnico, e Marco Tardelli, o substituto de Marcelo Lippi, colocou o
ex-corintiano em uma lista de dispensa. Vampeta pode ser negociado com o Bayer Leverkusen,
com um time europeu de menor
expressão ou até voltar mais cedo
do que queria para o Brasil.
Zé Roberto, que foi peça importante no esquema de Luxemburgo na seleção brasileira muitas vezes, vive fase apenas regular no
Bayer Leverkusen, clube que não
faz boa temporada -ocupa só a
sexta colocação no Campeonato
Alemão após nove rodadas.
Além disso, Zé Roberto vem sofrendo com dores em seu tornozelo esquerdo, o que lhe impediu
de integrar a seleção no jogo contra a Bolívia no Rio.
Rivaldo, jogador que teve mais
respaldo com Wanderley Luxemburgo, teve sua aura de ""melhor
do mundo" arranhada até mesmo
no Brasil. O Barcelona perdeu o
Espanhol para o La Coruña e tem
penado na Copa dos Campeões.
Na Europa, ameaçou abandonar o Barcelona, mas acabou ficando no time catalão. Recebeu
críticas no começo desta temporada após fracas atuações de sua
equipe. Tem feito gols nos últimos jogos, mas isso não deve ser
suficiente para lhe render um novo título de ""melhor do mundo".
No Brasil, dois atacantes que ganharam grande visibilidade com
Luxemburgo, Ronaldinho, do
Grêmio, e França, do São Paulo,
estão sendo questionados até em
seus times. Os técnicos dos dois
vivem cobrando mais empenho
dos ex-titulares da seleção.
Texto Anterior: Discurso de Zagallo está de volta Próximo Texto: "Clubes do treinador" atravessam fase negativa Índice
|