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Maradona volta à "cena argentina"
JOSÉ ALAN DIAS
DE BUENOS AIRES
Maradona não consegue ficar
longe dos gramados, ou melhor,
parece não estar disposto a deixar
de ser tão cedo o centro da atenções, ao menos na Argentina.
Às vésperas de completar 40
anos -aniversaria amanhã-,
aquele que é considerado um dos
melhores jogadores de todos os
tempos, para seus compatriotas
melhor que Pelé, ensaia novo retorno, desta vez como manager
do modestíssimo Almagro, lanterna do Campeonato Argentino.
Internado em Cuba desde janeiro para tratar-se da dependência
de cocaína, Maradona chegou ontem a Buenos Aires.
Dirigentes do clube, cujo orçamento anual não ultrapassa US$
1,78 milhão, o mesmo que gasta o
Boca Juniors em um mês, declararam que o ídolo (que tem participado esporadicamente de partidas de exibição ou de despedida
de amigos) manifestou o interesse
de voltar a jogar. "Espero que se
cumpra nosso sonho de Diego defender nossa camisa. Não está
confirmado, mas foi o que ele nos
disse em Cuba", disse Enrique Bísio, presidente do Almagro.
Um pool de patrocinadores trazido por pessoas ligadas ao ex-jogador arcaria com seus salários.
Para não melindrar Maradona, o
clube cercou-se de cuidados. A
primeira providência foi contratar como técnicos Hector Enrique
e José Luis Brown, seus parceiros
no título da Copa-86, no México.
Se estiver sentado no banco hoje, para o duelo contra o Racing, o
ex-jogador estará acompanhando
uma equipe que não venceu nenhuma de suas 11 partidas no torneio (foram cinco empates e seis
derrotas). Anteontem, diante do
alvoroço na sede do Almagro, clube fundado há 89 anos em um dos
redutos do tango, a pergunta mais
ouvida por atletas era se pediriam
autógrafos ao ídolo.
Maradona teve outras incursões
fora dos gramados, sempre malogradas. Enquanto cumpria 15 meses de suspensão por uso de estimulantes durante a Copa de 94,
aceitou convite para ser auxiliar
de César Luis Menotti no Boca Juniors. Dias depois mudaria de
opinião, aceitando proposta para
assumir o Mandiyú, da segunda
divisão. Em 12 jogos, o time que
ele dirigia acumulou uma vitória,
seis empates e cinco derrotas.
Em 1995, outra tentativa, como
técnico do Racing, onde permaneceria por 11 jogos: o time terminaria em 11º lugar no Argentino.
Mas o possível retorno de Maradona à Argentina e a suspensão
do tratamento de dependência
química já causa apreensão entre
amigos e mesmo médicos.
Em junho, a revista argentina
"Notícias" divulgou a informação
de que Maradona estava aos poucos abandonando o tratamento e
teria voltado a frequentar festas e
a ingerir álcool em Havana.
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