São Paulo, domingo, 29 de outubro de 2000

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PERSONAGEM

Piloto desmente o desejo de se transferir à F-1

DA ENVIADA A FONTANA

À véspera da corrida que pode lhe garantir o campeonato, o brasileiro Gil de Ferran diz que está satisfeito na Indy e confessa que já não tem mais o desejo de transferir-se para a F-1.
Piloto "moldado" para a categoria mais importante do automobilismo, Ferran sempre disputou competições na Europa, entre elas a F-3000, a principal categoria de acesso.
O brasileiro, que chegou a fazer um teste na Jordan, ao lado do irlandês Eddie Irvine, e não foi aprovado, diz que hoje não se importa com a questão.
Seu objetivo agora é conquistar o título da Indy. "Nem penso nisso. Hoje estou realmente muito, muito contente na Penske e não tenho intenção de sair daqui." (TC)

Folha - O que a conquista do título deste ano representaria para você e para o Brasil?
Gil de Ferran -
Vejo esse título como um dos mais importantes do automobilismo mundial. É um dos que têm mais prestígio. Você, para ser campeão nesta categoria, precisa ser um piloto muito versátil, além de ter que aprender a pilotar em tipos muito diferentes de pista. Além disso, os carros são mais velozes e mais difíceis de serem guiados. O prestígio de vencer um título desses, para mim, é muito importante.

Folha - Como você se sente à véspera da decisão?
Ferran -
Para falar a verdade, estou procurando esquecer todo esse aspecto emocional que existe na minha cabeça, com relação ao Brasil, aos meus amigos, à minha família e a mim mesmo. Isso tudo tende a me deixar muito emotivo. Estou tentando ser o mais frio possível na véspera da decisão.

Folha - Você acha que vencendo o campeonato, as portas da F-1 se abririam para você?
Ferran -
Estou muito contente na minha equipe. Para mim a Penske é uma das melhores equipes de corrida do mundo, tem uma tremenda história não só no automobilismo norte-americano, mas de uma maneira geral. Além disso, tenho um contrato de longo prazo (por mais duas temporadas) e não tenho a menor intenção de deixar a categoria.

Folha - Você acha que o fato de a Penske ter parado de usar seu próprio chassi contribuiu para a melhora do time?
Ferran -
Acho que outros fatores também contribuíram. O Reynard com certeza é um bom chassi, mas o fato de a Honda também ter entrado ajudou. Na organização, a equipe não mudou muito, só as ferramentas é que mudaram um pouco. De qualquer forma, foi uma decisão acertada.


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