São Paulo, sexta-feira, 30 de abril de 2010

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Ministro pede Mané Garrincha mais enxuto

Orlando Silva Jr. quer estádio do DF com capacidade mínima exigida pela Fifa

Mudança impediria que arena receba a partida de abertura da Copa do Mundo de 2014; pasta alega que medida poupará dinheiro

FILIPE COUTINHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro Orlando Silva (Esporte) quer que a reforma do estádio brasiliense Mané Garrincha fique mais "modesta", o que deve tirar a arena da disputa para abrir a Copa-2014. Ele disse ontem que pedirá ao governo do Distrito Federal que reduza a capacidade planejada de 71 mil lugares para 40 mil, para enxugar os gastos previstos de R$ 740 milhões.
"Insisto que tem que ser um projeto modesto. Existe a demanda para 70 mil lugares? Isso pode ser um erro, porque pode não ser o uso adequado do dinheiro público", disse ele.
Na prática, um projeto mais "modesto" do Mané Garrincha para Copa-2014 inviabiliza que Brasília pleiteie a condição de ser palco do jogo inaugural, restando a Morumbi e Mineirão a disputa para abrir o evento. Isso porque a ampliação do Mané Garrincha, projeto mais caro da Copa-2014, foi elaborada justamente que Brasília tentasse abrir o Mundial.
"Vou argumentar com o governador que Brasília tem que ter a capacidade mínima, porque isso repercute no orçamento. O estádio não é só para Copa, é também para depois", afirmou o ministro. "Qual é a média de público do campeonato brasiliense?", completou.
Silva e o governador do DF, Rogério Rosso (PMDB), reúnem-se na próxima semana para discutir os impasses da reforma do Mané Garrincha, que já estourou o prazo inicial e terá a licitação apressada para acontecer ainda em maio.
Conforme a Folha mostrou, a licitação de R$ 740 milhões do Mané Garrincha foi liberada nesta semana pelo Tribunal de Contas do DF, mesmo sem o governo local ainda ter todo o dinheiro para a obra. O projeto é também suspeito de ter superfaturamento de R$ 74 milhões. Segundo o tribunal, a pressa para se adequar ao prazo da Fifa poderá fazer "sangrar" o dinheiro público.

"Copa Verde"
Ontem, os ministérios do Esporte e do Meio Ambiente assinaram acordo para fazer a "Copa Verde". O convênio prevê oficinas, seminários e reuniões para discutir os melhores projetos ambientais para a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016, no Rio de Janeiro. Ainda não há nenhuma ação definida e os debates começam em maio.
O ponto principal é criar uma parceria entre governos estaduais, empresas e governo federal para que a liberação de licença ambiental não atrapalhe as obras, como ocorreu em grandes construções nos últimos anos.
"Estamos nos antecipando para que a licença ambiental não seja um problema e para que não tenhamos que fazer tudo às pressas. O meio ambiente não vai ficar a reboque dos investimentos em infraestrutura", disse a ministra Izabella Teixeira (Meio Ambiente).


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