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Ministro pede Mané Garrincha mais enxuto
Orlando Silva Jr. quer estádio do DF com capacidade mínima exigida pela Fifa
Mudança impediria que arena receba a partida de abertura da Copa do Mundo de 2014; pasta alega que medida poupará dinheiro
FILIPE COUTINHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro Orlando Silva
(Esporte) quer que a reforma
do estádio brasiliense Mané
Garrincha fique mais "modesta", o que deve tirar a arena da
disputa para abrir a Copa-2014.
Ele disse ontem que pedirá ao
governo do Distrito Federal
que reduza a capacidade planejada de 71 mil lugares para 40
mil, para enxugar os gastos previstos de R$ 740 milhões.
"Insisto que tem que ser um
projeto modesto. Existe a demanda para 70 mil lugares? Isso pode ser um erro, porque pode não ser o uso adequado do
dinheiro público", disse ele.
Na prática, um projeto mais
"modesto" do Mané Garrincha
para Copa-2014 inviabiliza que
Brasília pleiteie a condição de
ser palco do jogo inaugural, restando a Morumbi e Mineirão a
disputa para abrir o evento. Isso porque a ampliação do Mané
Garrincha, projeto mais caro da
Copa-2014, foi elaborada justamente que Brasília tentasse
abrir o Mundial.
"Vou argumentar com o governador que Brasília tem que
ter a capacidade mínima, porque isso repercute no orçamento. O estádio não é só para Copa, é também para depois", afirmou o ministro. "Qual é a média de público do campeonato
brasiliense?", completou.
Silva e o governador do DF,
Rogério Rosso (PMDB), reúnem-se na próxima semana para discutir os impasses da reforma do Mané Garrincha, que
já estourou o prazo inicial e terá a licitação apressada para
acontecer ainda em maio.
Conforme a Folha mostrou,
a licitação de R$ 740 milhões
do Mané Garrincha foi liberada
nesta semana pelo Tribunal de
Contas do DF, mesmo sem o
governo local ainda ter todo o
dinheiro para a obra. O projeto
é também suspeito de ter superfaturamento de R$ 74 milhões. Segundo o tribunal, a
pressa para se adequar ao prazo da Fifa poderá fazer "sangrar" o dinheiro público.
"Copa Verde"
Ontem, os ministérios do Esporte e do Meio Ambiente assinaram acordo para fazer a "Copa Verde". O convênio prevê
oficinas, seminários e reuniões
para discutir os melhores projetos ambientais para a Copa de
2014 e a Olimpíada de 2016, no
Rio de Janeiro. Ainda não há
nenhuma ação definida e os debates começam em maio.
O ponto principal é criar uma
parceria entre governos estaduais, empresas e governo federal para que a liberação de licença ambiental não atrapalhe
as obras, como ocorreu em
grandes construções nos últimos anos.
"Estamos nos antecipando
para que a licença ambiental
não seja um problema e para
que não tenhamos que fazer tudo às pressas. O meio ambiente
não vai ficar a reboque dos investimentos em infraestrutura", disse a ministra Izabella
Teixeira (Meio Ambiente).
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