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TOSTÃO
Bom treino, mas poderia simplificar
Juninho treinou no time
titular no lugar do Kleberson e deve jogar. Houve vários pontos positivos: a
marcação por pressão, o talento dos dois Ronaldos, Rivaldo
e Juninho e o posicionamento
mais avançado do Rivaldo pelo lado esquerdo.
Jogando nessa posição, ele
teve sua melhor fase no time
do Barcelona.
Contudo me preocupa muito essa formação tática, com
Juninho ao lado do Emerson.
A equipe brasileira fica mais
rápida, habilidosa e ofensiva,
mas há um risco de ter um
grande vazio no meio-de-campo. Emerson, que já estava sobrecarregado, ficará sozinho na marcação.
Para simplificar, bastaria
trocar um zagueiro por um
volante e manter Juninho e
Ronaldinho.
A marcação por pressão tem
de ser feita não somente pelos
meias e atacantes, mas principalmente pelos volantes e alas.
Os zagueiros também não podem ficar muito atrás para
não haver grandes espaços entre eles e os armadores.
Ronaldo, da Inter de Milão,
não tem condições ideais para
correr atrás dos zagueiros, como pede o Felipão e, logo em
seguida, receber lançamentos
longos e driblar em velocidade. Estará cansado no momento da finalização. É preciso preservá-lo para fazer o que
sabe melhor.
Apesar dos problemas, estou
mais confiante. Na teoria, nenhuma outra seleção do Mundial tem três atacantes talentosos como o Brasil. Vamos
ver na prática.
Péssima escolha
Em todas as Copas nunca a
seleção brasileira se concentrou num local tão inadequado como este em Ulsan.
Hotel grande, lotado de jornalistas e hóspedes não é lugar
para ficar uma seleção durante o Mundial.
Concentração de seleção numa Copa tem de ser exclusiva,
em lugar amplo, com área de
lazer e espaço para os jogadores caminhar e praticar exercícios físicos e técnicos.
A escolha do hotel Hyundai
atendeu somente aos interesses financeiros da CBF, num
acordo com a empresa dona
do hotel e com a Prefeitura de
Ulsan.
Os critérios técnicos foram
esquecidos. Mais estranho foi
a comissão técnica concordar
com o fato. Felipão aprendeu
rapidamente a se adaptar às
circunstâncias.
Para piorar, a partir das oitavas-de-final da Copa de
2002, a concentração da seleção será itinerante. Nada mais
chato e ruim para os jogadores. Eles poderiam ficar num
único local, viajar e retornar.
Sentiriam-se mais em casa.
Muitos dirão que no Mundial da França-98, a seleção ficou num hotel privativo, o
Château Grand Romaine, em
Lésigny, amplo, com campos
de treinamentos e perdeu a final de 3 a 0.
Obviamente, concentração
não ganha jogo, mas ajuda
muito. A soma de pequenos
detalhes faz a diferença.
tostão.folha@uol.com.br
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