São Paulo, quinta-feira, 30 de maio de 2002

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BRASIL

Juninho, que ganhou novo apelido na seleção, foi confirmado por Scolari contra a Turquia

"Chucky" renasce e fica com a última vaga para a estréia

Juca Varella/Folha Imagem
Juninho (à esq.), que vai começar a primeira partida do Brasil na Copa, contra a Turquia, na segunda, participa de lance em treino


DOS ENVIADOS A ULSAN

A volta de Chucky. Como na famosa série de filmes de terror protagonizada por um boneco infantil que nunca morre, o meia Juninho, que é chamado de Chucky pelos companheiros, ganhou a vaga no time titular já nas ""cenas finais" da preparação da seleção.
Ele foi o último titular confirmado pelo técnico Luiz Felipe Scolari na equipe para a partida contra a Turquia, na segunda-feira, em Ulsan. O jogador baixinho, que tem cara de criança e aparência frágil como a do boneco do filme, só garantiu o seu lugar na seleção a cinco dias da estréia.
""Não posso negar que é uma vitória. Sempre lutei para chegar ao time titular e nunca desisti", disse o meia do Flamengo, um dos últimos convocados por Scolari.
Na série de filmes ""Brinquedo Assassino", Chucky sempre renasceu quando todos acreditavam que ele já estivesse morto.
O jogador só foi convocado para disputar a Copa quando Scolari decidiu abrir mão de um quinto zagueiro no Mundial. O zagueiro Juan ficou fora da lista final.
""Mesmo assim, não tenho que me acomodar. Tenho que conquistar muito mais para a seleção", disse Juninho, que deixará o time carioca depois da Copa. Ele deverá voltar ao Atlético de Madrid, com o qual tem contrato.
O meia foi o azarão no time titular. Antes de chegar a Ulsan, Scolari já havia experimentado na última vaga em aberto na equipe titular os volantes Vampeta, do Corinthians, Gilberto Silva, do Atlético-MG, e Kleberson, do Atlético-PR, além do atacante Denílson, do Betis, da Espanha.
Juninho só começou a reverter a situação ao ser escalado no segundo tempo da goleada contra a fraca Malásia (4 a 0), no sábado.
""Aproveitei a minha oportunidade", disse o meia, que é o centro das gozações entre os jogadores da seleção nos treinos. Além de ser chamado de Chucky, ele também tem o apelido de magricela.
Apesar de ter conseguido a sua vaga entre os convocados e no time titular sempre no final, o jogador não teve a mesma sorte em 98, quando foi barrado por Zagallo.
Juninho sofreu uma grave contusão no tornozelo às vésperas do Mundial da França. Depois de o meia conseguir uma rápida recuperação, Zagallo decidiu deixá-lo de fora após assistir a um jogo do Atlético de Madrid. O treinador achava que o jogador não estava totalmente recuperado.
Com a entrada de Juninho ontem, o time ficou mais criativo. Ele e Ronaldinho, do Paris Saint-Germain, foram os responsáveis pelas principais jogadas de ataque dos titulares no primeiro treino coletivo da seleção em Ulsan.
""Ganhamos nas saídas de bola e no ataque", disse o jogador, acrescentado que vai ter que se ""policiar" para ajudar na marcação.
Com a entrada de Juninho, apenas o volante Emerson, da Roma, terá a função específica de marcar no meio-campo brasileiro.
A entrada de Juninho foi aprovada pelos atacantes. ""A chegada dele vai nos dar mais chances de chegar ao gol. Ele é um jogador que busca o gol e faz as tabelas comigo e com o Ronaldo. O Juninho é muito importante para a seleção", afirmou o meia-atacante Rivaldo, do Barcelona. (FÁBIO VICTOR, FERNANDO MELLO, JOSÉ ALBERTO BOMBIG E SÉRGIO RANGEL)


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