São Paulo, quinta-feira, 30 de maio de 2002

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Japão enfrenta crise de emprego

DO ENVIADO A YOKOHAMA

O Japão esperava que, com a Copa, teria um pouco de inflação.
Com o aumento na procura de produtos e serviços durante o Mundial, acreditava que os preços poderiam aumentar, e a economia iniciar um processo, mesmo que temporário, de revitalização.
A inflação é desejada por economistas ligados ao primeiro-ministro Junichiro Koizumi, que assumiu no ano passado, porque poderia colocar um fim na espiral deflacionária, cuja resultado é uma contínua queda dos preços.
A pequena demanda interna tem prejudicado as empresas, que conseguem vender menos e acabam reduzindo os preços de seus produtos ou serviços, mas também o valor dos salários.
É uma reclamação comum no Japão a diminuição do número de horas-extras de cada trabalhador, já que a produção caiu, o que acarretou uma redução nos rendimentos dos assalariados.
Outros, no entanto, estão preocupados nem tanto com a diminuição no pagamento de bônus e horas-extras, mas na possibilidade de perda do emprego -no final de 2001, o índice de desemprego no país chegou a 5,6%, recorde histórico desde os anos 50.
Com salários menores e desemprego crescente, a população tem menos poder de compra, o que reduz mais um pouco a demanda e acaba servindo para realimentar a espiral deflacionária.
Como não deve receber grande fluxo de turistas estrangeiros para a Copa, diferentemente das expectativas iniciais do governo, o país esforça-se agora para pensar em outras alternativas para minimizar a crise interna. (JCA)



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