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Distância faz turismo naufragar nos 2 países
DOS ENVIADOS A YOKOHAMA E SEUL
A Copa do Japão e da Coréia do
Sul caminha para ser um fracasso
turístico, se levadas em conta as
previsões que haviam sido feitas
pelos organizadores do Mundial.
Na Coréia, o terrorismo chegou
a ser apontado como uma das
causas do fiasco, mas pesquisa do
Jawoc (Comitê Organizador do
Japão) com federações esportivas
apontou que os altos custos de
uma viagem à Ásia acaba sendo
determinante para o pouco fomento à indústria turística.
Os sul-coreanos, que imaginaram receber entre 300 mil e 400
mil turistas, refizeram as contas e
trabalham agora com uma previsão, bem mais modesta, de chegar
a até 130 mil visitantes.
No Japão, onde também chegou-se a falar em 400 mil estrangeiros entrando no país, o número estimado agora está em torno
de 80 mil -e a maior parte será
mesmo de coreanos.
O comitê japonês contatou federações de todos os países que
estarão na Copa do Mundo.
Excluindo a Coréia, a média de
visitantes esperada por país chegou a apenas 1.200 pessoas.
"Algumas federações falaram
em 300 ou 400 torcedores, outras
apresentaram expectativas de até
5.000 aficionados, mas nada mais
do que isso", conta Akira Odajima, assessor do Jawoc.
Mesmo os franceses, atuais
campeões do mundo, não esperam levar mais de mil torcedores
para assistir à Copa-2002.
"A distância é muito grande, e o
país, muito caro. Mas, além das
mais de 12 horas de viagem, existe
o problema de o Mundial ser disputado em dois países e não ser
fácil nem barato ficar pegando
avião", lamenta Patrick Llobregatt, presidente do Clube de Torcedores da França na Ásia.
Com os ingleses, algo parecido
está acontecendo. No ano passado, os japoneses chegaram a calcular que 7.000 torcedores iriam
do Reino Unido para a Ásia a fim
de apoiar o time inglês. Mas, segundo a própria federação inglesa, o número será muito menor
-aproximadamente 800.
Com a revisão para baixo na estimativa de turistas, o próprio governo japonês diz ser dificílimo
alcançar seu recorde histórico.
Pelos cálculos iniciais do Ministério dos Transportes e Infra-Estrutura, o país, com a Copa, poderia
receber até 5 milhões de visitas.
Na Coréia do Sul, o fantasma é
real. O país não conseguiu nem
mesmo vender os 706 mil ingressos destinados ao exterior. Em
Seul, os hotéis esperam ter em junho uma ocupação 20% menor
do que a do ano passado.
Os chineses deverão representar o maior grupo de torcedores,
com ao menos 20 mil turistas.
Por outro lado, o país teme que
a Copa acabe por provocar queda
significativa no número de visitantes japoneses que recebe normalmente nessa época do ano -e
eles são responsáveis por quase
metade do movimento em Seul
durante o verão.
(JCA E RD)
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