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SAIBA MAIS
Elaborado à mão, borderô nasce em sala secreta
DO PAINEL FC
E DA REPORTAGEM LOCAL
A elaboração dos borderôs
das partidas do Corinthians
tem como marcas a paranóia com segurança e um
acabamento que lembra o de
súmulas de jogos colegiais.
Feitos à mão e à caneta, os
boletins financeiros dos jogos do Corinthians são
preenchidos em uma sala secreta, dentro do Pacaembu.
"Isso eu não falo nem para
a minha mãe", respondeu
Lúcio Blanco, supervisor de
arrecadação do Corinthians,
quando questionado sobre
onde eram confeccionados
os borderôs e contado o dinheiro arrecadado.
O borderô é produto de
vários "miniborderôs" feitos
em cada uma das 25 bilheterias do estádio.
Com o início do segundo
tempo de cada partida, os
postos de venda do Pacaembu são fechados. Dinheiro e
sobra dos tíquetes na mão,
os bilheteiros rascunham
seus boletins individuais.
Um a um, os funcionários
vão à sala secreta, onde Blanco e um representante da Federação Paulista conferem o
valor arrecadado e os documentos dos bilheteiros.
Calculadora em punho, os
dois únicos responsáveis pelo borderô final fazem contas e distribuem o dinheiro.
Cinco por cento ficam com
a federação local. Outros 5%
vão para a CBF, que destina
a verba a um fundo para viabilizar a Série C. Um por
cento da renda vai para a Federação das Associações de
Atletas Profissionais. O governo federal arrecada outros 5% do montante, imposto fruto de acordo da
Previdência com os clubes.
A maneira como o dinheiro sai do Pacaembu é outro
mistério. "Não posso falar
por questão de segurança.
Contando de onde sai o dinheiro, estamos arriscados a
assaltos", conta Blanco, funcionário do Corinthians há
três anos. "É um trabalho solitário. Vou sempre ao estádio, mas não consigo ver um minuto do jogo. Muitas vezes saio do Pacaembu sem
saber se o Corinthians ganhou ou não."
(FM E MSK)
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