São Paulo, quarta-feira, 30 de maio de 2007

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RÉGIS ANDAKU

Acabou antes da hora

Para você, Federer e Nadal, Roland Garros nem começou; para mais de 150 tenistas, a esta hora o torneio já acabou

ROGER FEDERER ou Rafael Nadal? Hoje, quase ninguém duvida de que, daqui a dez dias, os dois tenistas estarão disputando o título do Aberto da França. Ou Federer vencerá e completará o Grand Slam, fazendo mais história, ou Rafael Nadal de novo baterá o suíço e chegará ao tri seguido no saibro francês, também fazendo história.
Em Paris ou em qualquer outro lugar, quando o assunto é tênis, não há outros personagens. São eles, e só. Se ninguém cita Andy Roddick ou Nikolay Davydenko, números três e quatro do ranking, por que alguém falaria de Lamine Ouahab? Ouahab é um jovem de 22 anos. Tenista. Nasceu em Argel, capital da Argélia, na África, mas hoje vive em Barcelona. Como todo tenista que mora na Espanha, Ouahab treina, gosta e joga bem no saibro. Sonha em subir ao máximo que puder no ranking. Top ten, talvez?
Destro, alto (1,85 m), Ouahab viajou a Paris na semana passada. Vinha de seu país natal. Ninguém lhe deu atenção. Não houve pedido de autógrafo ao chegar a Roland Garros nem conforto ou mimo no hotel em que está, nada a que um tenista, como conhecemos, está acostumado. Enquanto Federer e Nadal (ou Roddick e Davydenko) se revezavam entre treinos de luxo (Federer teve como sparring um canhoto, já treinando para a final contra Nadal), massagens e o conforto do hotel, Ouahab corria na terça da semana passada para a quadra 12, área em que Federer e Nadal (ou mesmo Roddick e Davydenko) não pisarão.
Lá, início da tarde em Paris, Ouahab entrava em quadra com o sérvio Viktor Troicki. Não era treino. Ouahab disputava a primeira rodada do qualifying do Aberto da França. Contra o grandalhão Toricki, um tenista mais jovem e mais bem posicionado no ranking, Ouahab não fez feio. Equilibrou a partida, não deixou o sérvio tomar a iniciativa e, após perder o primeiro set, ganhou o segundo e levou a decisão para o terceiro. Mas não resistiu. Perdeu de 6/1 e viu a chance de disputar a chave principal ir para o ralo. Para você, Federer e Nadal, Roland Garros ainda nem começou. Para Ouahab e outros 150 tenistas, inclusive todos os brasileiros, imagine, ele já acabou.

EM SÃO PAULO
Thomaz Bellucci ficou com o título do Future de Sorocaba, no fim de semana, ao derrotar na decisão Leonardo Kirche em dois sets.

EM PARIS
Guga voltará à ativa em julho, em um torneio de saibro. Quem avisa, de Paris, é seu treinador, Larri Passos, que acompanha na França sua pupila Tamara Paszek.

NA COPA DAVIS
Stefan Koubek, tenista austríaco, diz que o confronto com o Brasil pela repescagem, em setembro, será ou em Viena ou em Insbruck. "A única coisa de que tenho certeza é que o duelo não será no saibro."

reandaku@uol.com.br


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