São Paulo, domingo, 30 de junho de 2002

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JOSÉ GERALDO COUTO

Por uma final à altura dos nossos sonhos

Beckenbauer disse esperar que a final de hoje redima a Copa de seu baixo nível técnico. Eu também. Mais que isso: além de uma vitória brasileira, espero que a final traga imagens que enriqueçam nossa memória afetiva e nossa sensibilidade.
Não me refiro apenas aos gols, mas àqueles lances que ficam impressos no imaginário de gerações inteiras, renovando incessantemente a paixão pelo futebol. A Copa de 70, por exemplo, nos legou a defesa de Gordon Banks para a cabeçada perfeita de Pelé na partida Brasil x Inglaterra, o drible de corpo do mesmo Pelé sobre o goleiro uruguaio Mazurkiewicz, a sequência de dribles de Clodoaldo em jogadores italianos, na final, entre tantas outras imagens inesquecíveis.
Esse acervo pode incluir cenas dramáticas -como a trombada do combalido Ronaldo com Barthez, na final de 98- ou cômicas, como o beijo dado pelo goleiro italiano Pagliuca na trave salvadora, na final de 94.
Da Copa atual, além dos gols, o que vai ficar? O comovente tombo de Zidane ao tentar alcançar uma bola na área da Dinamarca, o pelotão de jogadores turcos correndo atrás do moleque Denílson... Não consigo me lembrar de muita coisa além disso.
Só fora do campo -como a bela saudação dos jogadores da Turquia e da Coréia do Sul à calorosa torcida coreana, depois do jogo de ontem. Nesta Copa do Mundo, o futebol ficou devendo aos nossos sonhos.

jgcouto@uol.com.br



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