|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FUTEBOL
Sábado gordo
JOSÉ GERALDO COUTO
COLUNISTA DA FOLHA
Por um capricho do acaso, todos os jogos decisivos da rodada para a definição das primeiras e das últimas colocações do
Brasileirão ocorrem hoje. O sábado ficou mais importante que o
domingo. Santos, Cruzeiro e São
Paulo brigam pela liderança, enquanto Grêmio, Fluminense e
Fortaleza tentam passar um para
o outro a lanterna.
Nesse contexto, o jogo mais interessante do dia -e da rodada- é Fluminense x Grêmio.
Algumas semanas atrás, motivado por uma falsa ameaça de
reação do tricolor gaúcho, cheguei a dizer que o Grêmio tinha
tocado o fundo do poço e começava a subir para a superfície. Ledo
engano. Continuou afundando.
Agora, com novo técnico (o ex-zagueiro Adilson Batista) e mudanças na escalação, o time chega
a um momento decisivo. Ganhar
do Flu fora de casa significaria
dar vários passos no caminho da
recuperação. Sobretudo se o Fortaleza não passar pelo Santos.
Conquistando os três pontos, o
Grêmio empataria com o Flu na
tabela, podendo até passar-lhe
dependendo do placar. Mais que
isso, recuperaria muito de sua autoconfiança e de sua auto-estima.
Se fracassar, porém, ficará mais
difícil escapar do desespero.
Continuo apostando na recuperação gremista. Um símbolo da
nova postura da equipe é a escalação de Carlos Miguel na lateral-esquerda. Último remanescente,
ao lado de Danrlei e Roger, do
Grêmio supercampeão de meados
dos anos 90, ele estava fora de forma, desmotivado e largado havia
muito tempo. Agora, parece animado com o novo desafio.
Sábado, enfim, é um bom dia
para renascer.
Em tempo (para não dizerem
que não falei do Coritiba): dependendo dos resultados, o Coxa pode entrar amanhã no seleto "clube dos três" que disputam a liderança.
O Corinthians perdeu Liedson,
pode perder também Kléber e está
sofrendo inúmeros desfalques por
suspensão ou contusão, mas finalmente a torcida tem um motivo para se animar: os jovens atacantes Jô, Wilson e Abuda.
Ainda é cedo para prever até
onde eles poderão chegar, mas é
sempre uma alegria ver garotos
tão jovens fazendo gols e botando
a Fiel para cantar.
Se o título já parece perdido, pelo menos ainda dá tempo para lutar por uma vaga na Libertadores
da América.
A reportagem de Fernando Mello publicada ontem neste caderno, sobre a contratação de Eduardo José Farah como "consultor"
da nova diretoria da Federação
Paulista, mostra que ainda estamos longe de acabar com o feudalismo no nosso futebol.
O novo presidente da entidade,
Marco Polo del Nero, não quer ser
chamado de "rainha da Inglaterra", mas diz não poder "prescindir da inteligência do Farah", que
continuará mantendo seu escritório no nababesco gabinete da presidência da FPF.
O que mudou, afinal?
Ronaldo x Ronaldo
O Espanhol, que começa hoje,
tem este ano uma atração à parte: a disputa entre Ronaldo, do
Real Madrid, e Ronaldinho, do
Barcelona. Cada um deles é
coadjuvado por uma plêiade de
talentos, mas os dois são, a meu
ver, as estrelas maiores. Para o
mais jovem dos Ronaldos, é a
chance de se firmar como craque e de entrar nas listas de melhores do mundo.
Volta aos eixos
A volta de Ricardinho ao São
Paulo, no jogo de hoje contra o
Paysandu, pelo Nacional, é
uma boa notícia não apenas para a torcida tricolor, mas para
todo mundo que já está cansado de ver muito combate e pouca inteligência no meio de campo da maioria dos times brasileiros (exceções mais notáveis:
Santos e Cruzeiro).
E-mail jgcouto@uol.com.br
Texto Anterior: Motor - José Henrique Mariante: Desandou Próximo Texto: Futebol: Ricardinho volta hoje para acertar ataque Índice
|