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São Paulo, sábado, 30 de agosto de 2003

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FUTEBOL

Sábado gordo

JOSÉ GERALDO COUTO
COLUNISTA DA FOLHA

Por um capricho do acaso, todos os jogos decisivos da rodada para a definição das primeiras e das últimas colocações do Brasileirão ocorrem hoje. O sábado ficou mais importante que o domingo. Santos, Cruzeiro e São Paulo brigam pela liderança, enquanto Grêmio, Fluminense e Fortaleza tentam passar um para o outro a lanterna.
Nesse contexto, o jogo mais interessante do dia -e da rodada- é Fluminense x Grêmio.
Algumas semanas atrás, motivado por uma falsa ameaça de reação do tricolor gaúcho, cheguei a dizer que o Grêmio tinha tocado o fundo do poço e começava a subir para a superfície. Ledo engano. Continuou afundando.
Agora, com novo técnico (o ex-zagueiro Adilson Batista) e mudanças na escalação, o time chega a um momento decisivo. Ganhar do Flu fora de casa significaria dar vários passos no caminho da recuperação. Sobretudo se o Fortaleza não passar pelo Santos.
Conquistando os três pontos, o Grêmio empataria com o Flu na tabela, podendo até passar-lhe dependendo do placar. Mais que isso, recuperaria muito de sua autoconfiança e de sua auto-estima.
Se fracassar, porém, ficará mais difícil escapar do desespero.
Continuo apostando na recuperação gremista. Um símbolo da nova postura da equipe é a escalação de Carlos Miguel na lateral-esquerda. Último remanescente, ao lado de Danrlei e Roger, do Grêmio supercampeão de meados dos anos 90, ele estava fora de forma, desmotivado e largado havia muito tempo. Agora, parece animado com o novo desafio.
Sábado, enfim, é um bom dia para renascer.
Em tempo (para não dizerem que não falei do Coritiba): dependendo dos resultados, o Coxa pode entrar amanhã no seleto "clube dos três" que disputam a liderança.
 
O Corinthians perdeu Liedson, pode perder também Kléber e está sofrendo inúmeros desfalques por suspensão ou contusão, mas finalmente a torcida tem um motivo para se animar: os jovens atacantes Jô, Wilson e Abuda.
Ainda é cedo para prever até onde eles poderão chegar, mas é sempre uma alegria ver garotos tão jovens fazendo gols e botando a Fiel para cantar.
Se o título já parece perdido, pelo menos ainda dá tempo para lutar por uma vaga na Libertadores da América.
 
A reportagem de Fernando Mello publicada ontem neste caderno, sobre a contratação de Eduardo José Farah como "consultor" da nova diretoria da Federação Paulista, mostra que ainda estamos longe de acabar com o feudalismo no nosso futebol.
O novo presidente da entidade, Marco Polo del Nero, não quer ser chamado de "rainha da Inglaterra", mas diz não poder "prescindir da inteligência do Farah", que continuará mantendo seu escritório no nababesco gabinete da presidência da FPF.
O que mudou, afinal?

Ronaldo x Ronaldo
O Espanhol, que começa hoje, tem este ano uma atração à parte: a disputa entre Ronaldo, do Real Madrid, e Ronaldinho, do Barcelona. Cada um deles é coadjuvado por uma plêiade de talentos, mas os dois são, a meu ver, as estrelas maiores. Para o mais jovem dos Ronaldos, é a chance de se firmar como craque e de entrar nas listas de melhores do mundo.

Volta aos eixos
A volta de Ricardinho ao São Paulo, no jogo de hoje contra o Paysandu, pelo Nacional, é uma boa notícia não apenas para a torcida tricolor, mas para todo mundo que já está cansado de ver muito combate e pouca inteligência no meio de campo da maioria dos times brasileiros (exceções mais notáveis: Santos e Cruzeiro).

E-mail jgcouto@uol.com.br


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