São Paulo, sábado, 30 de agosto de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Bolt sobra na pista até resfriado

Em Zurique, jamaicano treina pouco e larga mal, mas ganha 100 m com boa vantagem sobre rivais

Na Liga de Ouro, campeão olímpico diz que princípio de doença o atrapalhou, mas marca 9s83, o sexto melhor tempo desta temporada


MARCELO NINIO
ENVIADO ESPECIAL A ZURIQUE

Quase sem treinar desde Pequim, um pouco resfriado e largando mal, o jamaicano Usain Bolt voltou a vencer com sobras os 100 m, no GP de Zurique, na Liga de Ouro. Foi sua primeira aparição após a Olimpíada, quando ganhou três ouros com três recordes mundiais.
Em Zurique, seu tempo foi de 9s83, o 14º melhor da história. Se ficou longe de sua melhor marca (9s69), conseguiu vantagem de 0s16 sobre o segundo colocado, Walter Dix. A prova reuniu 7 dos 8 finalistas olímpicos -Richard Thompson, prata em Pequim-2008, foi terceiro.
Bolt era a estrela mais esperada pelas 26 mil pessoas que lotaram o estádio Letzigrund, em Zurique, para a penúltima etapa do circuito Liga de Ouro. Mas seu técnico e ele não projetavam novo recorde.
Após a prova de ontem, o próprio Bolt disse que seu objetivo na Suíça era ganhar a prova, não quebrar de novo o recorde. "Minha largada não foi tão boa", afirmou o atleta, pouco após deixar a pista. "Eu me concentrei em vencer e, como estou com um princípio de resfriado, não deu para pensar em um tempo melhor."
Apesar de pequenos problemas físicos, Bolt afirmou que estava bem mais relaxado do que na Olimpíada. "Em Pequim, a pressão era muito maior. Hoje [ontem] foi fácil", disse o jamaicano à Folha, sorriso largo, depois de dar uma volta completa no estádio, sob aplausos eufóricos e uma interminável bateria de flashes.
Mais uma vez, ele ressaltou que seu objetivo agora é acabar a temporada sem contusões e voltar à Jamaica para festejar. Ele ainda disputa competições em Lausanne e em Bruxelas.
O resfriado de Bolt pode ter sido a razão da desistência da equipe jamaicana do revezamento 4 x 100 m, momentos antes da prova que teve vitória dos EUA. Não houve explicação oficial para a ausência.
Bolt foi a maior estrela de uma constelação de medalhistas em Pequim que competiram ontem em Zurique. Nenhum recorde mundial foi quebrado, mas alguns desempenhos levantaram o público. Entre eles, um duelo particular chamou a atenção, na luta pelo prêmio de US$ 1 milhão que será pago ao atleta que vencer as seis etapas da Liga de Ouro.
A queniana Pamela Jelimo (800m) e a croata Blanka Vlasic (salto em altura), as duas atletas que ainda estão no páreo para faturar o dinheiro, não decepcionaram. Campeã olímpica, a atleta queniana ganhou com facilidade, com o tempo de 1min54s01, o melhor do ano e só 0s73 acima do recorde mundial. Já Blanka se recuperou da Olimpíada, quando ficou com a prata, e saltou 2,01 m.


Texto Anterior: José Geraldo Couto: Holanda no parque
Próximo Texto: Com vara certa, Murer fica em 5º
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.