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falta o retorno
Mão aberta, São Paulo vê crescer pressão por título
Clube aumenta investimento no futebol em 2006, mas ainda não tem conquista
Vitória são-paulina contra
o Atlético-PR hoje, na casa do rival, deixará time com sete pontos de vantagem
na liderança do Brasileiro
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Após um dos anos mais vitoriosos de sua história, em 2005,
a diretoria são-paulina inflou
as despesas com o futebol para
esta temporada. Mas, até agora,
o time acumulou três vices em
2006. Isso aumenta a necessidade de ganhar o Brasileiro para justificar o investimento.
Esse objetivo ficará mais próximo com uma vitória sobre o
Atlético-PR, hoje, na Kyocera
Arena. É uma das duas partidas
da 17ª rodada adiada por causa
da final da Libertadores.
O torneio foi uma das decepções neste ano. A diretoria
montou elenco para a competição continental e o Nacional.
Foram contratados 14 atletas
(dois já saíram, Ricardo Oliveira e Lima). Quatro jogadores
importantes de 2005, Amoroso, Grafite, Cicinho e Lugano,
estão fora. Assim, formou-se
um elenco enxuto e bem pago.
"Reinvestimos o dinheiro
[ganho em 2005]. Nosso negócio principal é o futebol", explica o presidente do São Paulo,
Juvenal Juvêncio.
O orçamento para 2006 já está sendo revisto para cima. Havia previsão de receita de R$ 94
milhões, com gasto um pouco
menor do que este valor.
Mas o clube ganhou mais do
que esperava, pois não havia
previsão das vendas de atletas
como Denílson e Lugano. As
despesas aumentaram junto
com as rendas. Assim como no
ano passado, ambos vão superar R$ 100 milhões.
"A venda de jogadores compensou o crescimento dos gastos", contou o gerente orçamentário, Sergio Augusto Fonseca Pimenta. "Vamos pedir suplementação do orçamento."
Desde o início da gestão de
Marcelo Portugal Gouvêa, aliado de Juvêncio, tem aumentado o dinheiro investido no futebol, graças às receitas de negociações de jogadores, patrocínios e bilheterias.
Em 2002, o gasto com pessoal no futebol era de R$ 31,8
milhões. Desde 2004, as despesas com jogadores também incluíram contratos de direito de
imagem. Em 2005, o total de
despesas com o quadro do futebol chegou a R$ 36,6 milhões.
Para 2006, já estava previsto
aumento de 45% só nos contratos de imagem. E esse valor costuma crescer durante o ano.
Além disso, a diretoria pagou
para liberar jogadores (Alex
Dias e Aloísio) neste ano, o que
não havia feito até 2005. "Fazemos isso pontualmente, caso a
caso", contou Juvêncio.
Apesar disso, o técnico Muricy Ramalho entende que o
São Paulo investiu bem menos
do que os rivais paulistas em
contratações. Mas reconhece
que, com três títulos no ano
passado, é natural que o clube
tenha dinheiro para pagar salários mais altos. "Com dinheiro
ou sem dinheiro, a pressão é a
mesma", minimizou Muricy.
Mas o volante Josué disse
que, em um clube de grande
porte, a falta de título já causa
cobranças. "No ano passado,
ganhamos três títulos. Existe
um incômodo porque chegamos a três finais e perdemos."
Na verdade, foram duas (Libertadores e Recopa Sul-Americana). O Paulista, ganho pelo
Santos, foi em pontos corridos.
Do time que joga hoje, o São
Paulo tem quatro jogadores
contratados nesta temporada:
Ilsinho, Miranda, Leandro e
Edgar. Estreante, Edgar tem
até o final do ano para provar
que pode ficar. "Mas não adianta atropelar as coisas", disse ele.
Será a referência de Muricy
na área, no esquema 4-4-2. É a
sua opção para mostrar à diretoria que acertou ao confiar a
ele a responsabilidade por cuidar do alto investimento.
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