São Paulo, sábado, 30 de setembro de 2006

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falta o retorno

Mão aberta, São Paulo vê crescer pressão por título

Clube aumenta investimento no futebol em 2006, mas ainda não tem conquista

Vitória são-paulina contra o Atlético-PR hoje, na casa do rival, deixará time com sete pontos de vantagem na liderança do Brasileiro

RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Após um dos anos mais vitoriosos de sua história, em 2005, a diretoria são-paulina inflou as despesas com o futebol para esta temporada. Mas, até agora, o time acumulou três vices em 2006. Isso aumenta a necessidade de ganhar o Brasileiro para justificar o investimento.
Esse objetivo ficará mais próximo com uma vitória sobre o Atlético-PR, hoje, na Kyocera Arena. É uma das duas partidas da 17ª rodada adiada por causa da final da Libertadores.
O torneio foi uma das decepções neste ano. A diretoria montou elenco para a competição continental e o Nacional.
Foram contratados 14 atletas (dois já saíram, Ricardo Oliveira e Lima). Quatro jogadores importantes de 2005, Amoroso, Grafite, Cicinho e Lugano, estão fora. Assim, formou-se um elenco enxuto e bem pago.
"Reinvestimos o dinheiro [ganho em 2005]. Nosso negócio principal é o futebol", explica o presidente do São Paulo, Juvenal Juvêncio.
O orçamento para 2006 já está sendo revisto para cima. Havia previsão de receita de R$ 94 milhões, com gasto um pouco menor do que este valor.
Mas o clube ganhou mais do que esperava, pois não havia previsão das vendas de atletas como Denílson e Lugano. As despesas aumentaram junto com as rendas. Assim como no ano passado, ambos vão superar R$ 100 milhões.
"A venda de jogadores compensou o crescimento dos gastos", contou o gerente orçamentário, Sergio Augusto Fonseca Pimenta. "Vamos pedir suplementação do orçamento."
Desde o início da gestão de Marcelo Portugal Gouvêa, aliado de Juvêncio, tem aumentado o dinheiro investido no futebol, graças às receitas de negociações de jogadores, patrocínios e bilheterias.
Em 2002, o gasto com pessoal no futebol era de R$ 31,8 milhões. Desde 2004, as despesas com jogadores também incluíram contratos de direito de imagem. Em 2005, o total de despesas com o quadro do futebol chegou a R$ 36,6 milhões. Para 2006, já estava previsto aumento de 45% só nos contratos de imagem. E esse valor costuma crescer durante o ano.
Além disso, a diretoria pagou para liberar jogadores (Alex Dias e Aloísio) neste ano, o que não havia feito até 2005. "Fazemos isso pontualmente, caso a caso", contou Juvêncio.
Apesar disso, o técnico Muricy Ramalho entende que o São Paulo investiu bem menos do que os rivais paulistas em contratações. Mas reconhece que, com três títulos no ano passado, é natural que o clube tenha dinheiro para pagar salários mais altos. "Com dinheiro ou sem dinheiro, a pressão é a mesma", minimizou Muricy.
Mas o volante Josué disse que, em um clube de grande porte, a falta de título já causa cobranças. "No ano passado, ganhamos três títulos. Existe um incômodo porque chegamos a três finais e perdemos."
Na verdade, foram duas (Libertadores e Recopa Sul-Americana). O Paulista, ganho pelo Santos, foi em pontos corridos.
Do time que joga hoje, o São Paulo tem quatro jogadores contratados nesta temporada: Ilsinho, Miranda, Leandro e Edgar. Estreante, Edgar tem até o final do ano para provar que pode ficar. "Mas não adianta atropelar as coisas", disse ele.
Será a referência de Muricy na área, no esquema 4-4-2. É a sua opção para mostrar à diretoria que acertou ao confiar a ele a responsabilidade por cuidar do alto investimento.


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