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Negócio não segue as leis brasileiras
da Reportagem Local
O contrato entre a Nike e a Confederação Brasileira de Futebol
não segue as leis do país.
Segundo o disposto no contrato,
os jogadores teriam de usar chuteiras Nike na seleção brasileira, mesmo que tivessem contrato com outras empresas.
O contrato proíbe até que os atletas escondam de alguma forma a
logomarca da Nike nas chuteiras
que usam, o que também contraria
a interpretação da lei, que considera os calçados instrumentos de trabalho e, portanto, de escolha pessoal dos jogadores.
Segundo a lei brasileira, os atletas
são obrigados a usar o uniforme
fornecido pelo clube, tanto nos jogos quanto nos treinos, e não recebem nada por isso, a não ser que
haja cláusula no contrato de patrocínio que determine um ganho pelos jogadores.
O chamado direito de arena, fixado em 20% pela Lei Pelé, refere-se somente à negociação dos direitos de televisão.
A ilegalidade foi tão flagrante
que esses dispositivos foram abandonados pela Nike e pela CBF no
primeiro amistoso de 1997. Jogadores consagrados da seleção brasileira, como o zagueiro Aldair e o
volante Dunga, recusaram-se a
usar o produto concorrente ao do
seu patrocinador.
A solução encontrada foi deixar
os jogadores usarem a chuteira
que quisessem, desde que utilizassem tênis e sandálias exclusivamente da multinacional.
Esse não foi o único ponto de
atrito entre atletas da seleção brasileira e a Nike. No início de junho,
a menos de uma semana da estréia
na Copa do Mundo da França, a
equipe nacional cancelou um treinamento para comparecer à inauguração da "República do Futebol", um enorme estande da Nike
no "Arch de la Défense", na periferia de Paris.
Nenhuma outra seleção patrocinada pela Nike, como Nigéria e
Holanda, compareceu. O capitão
Dunga criticou o evento, afirmando que a seleção precisava de treinos para disputar o Mundial, cuja
decisão disputou e perdeu.
Ao longo dos dois últimos anos,
a Nike aumentou sensivelmente o
número de jogadores da seleção
que patrocina. Entre eles, estão
Ronaldinho e Denílson, só para citar dois dos principais convocados
para a Copa.
(MD e RD)
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