São Paulo, domingo, 31 de janeiro de 1999

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BASQUETE
Chicago Bulls, 6 títulos na década, aceita inerte a desmanche enquanto rivais se reforçam para a temporada
Troca-troca antecipa nova era na NBA

da Reportagem Local

Daqui a cinco dias, mesmo com uma temporada ceifada após um locaute, a NBA (National Basketball Association) dá a largada para uma nova era, na qual pelo menos meia dúzia de equipes entrarão em cena para tentar suceder o sucesso do desfigurado Chicago Bulls.
Na primeira "temporada curta" da história da liga, que se inicia três meses após o previsto, cada time disputará 50 jogos (normalmente são 82) antes dos playoffs. E os Bulls estão fadados ao fracasso.
Seis vezes campeão nesta década, o time de Chicago, após a aposentadoria do superastro Michael Jordan no início deste mês, deu início ao que está chamando de reformulação -na verdade, um desmanche, com a exclusão de titulares e dos principais reservas.
O desmanche começou com a saída do treinador hexacampeão Phil Jackson, logo após a última conquista, sobre o Utah Jazz.
Pouco depois do fim da greve de patrões, que perdurou entre 1º de julho do ano passado e 6 de janeiro último, Jordan anunciou a aposentadoria. Ultimamente, tem passado o tempo jogando golfe.
Deflagrada a fase do troca-troca entre os times, há duas semanas, outros dois titulares deixaram os Bulls: o ala Scottie Pippen e o pivô Luc Longley. O reboteiro Dennis Rodman, afirmando estar farto do basquete, também sairá.
Completou a debandada Steve Kerr, especialista no tiro longo.
Com base na análise individual do novo núcleo de jogadores, especialistas anunciam como negro o futuro imediato dos Bulls na liga profissional norte-americana.
O drama começa após a direção da equipe ter contratado, vendo-o como o substituto de Michael Jordan, o armador branquelo Brent Barry, ex-Los Angeles Clippers e Miami Heat, mais famoso por seu pai (leia texto ao lado) do que pelas qualidades em quadra.
Seus companheiros serão veteranos inexpressivos, como Andrew Lang e Mark Bryant, e jovens desconhecidos, como Roy Rogers e Priest Lauderdale, entre outros.
São vistos como "salvadores da pátria" o croata Toni Kukoc e o armador Ron Harper, remanescentes da equipe tricampeã de 96 a 98.
Mas como os Bulls só por milagre se classificarão para os playoffs, as portas para alcançar o título de melhor time de basquete do mundo estão abertas, e várias equipes se mostram fortes candidatas.
Na Conferência Leste, a dos Bulls, despontam como favoritos Indiana Pacers e New York Knicks.
Os Pacers, do técnico Larry Bird, que quase eliminaram os Bulls nos playoffs da temporada 97/98, contam com a mesma base -um ótimo arremessador, Reggie Miller, circundado por ótimos coadjuvantes- e ainda se reforçou com o experiente ala-pivô Sam Perkins (ex-Seattle Supersonics).
Os Knicks fizeram contratações de alto impacto -o temperamental armador Latrell Sprewell, o talentoso pivô Marcus Camby e o veterano ala Dennis Scott, excelente nos três pontos- e seguem com o alto nível de Patrick Ewing, Larry Johnson e Allan Houston.
Já na Conferência Oeste, cujos times tradicionalmente imprimem ritmo bastante veloz, consequentemente oferecendo mais espetáculo aos torcedores nas partidas, o equilíbrio é mais evidente.
San Antonio Spurs, ancorado nas "torres gêmeas", os pivôs David Robinson e Tim Duncan, Houston Rockets, reforçado por Scottie Pippen, Los Angeles Lakers, de Shaquille O'Neal e Kobe Bryant (considerado por muitos o "novo Jordan"), e o bi-vice-campeão Utah Jazz, que segue com a dupla John Stockton/Karl Malone, são sólidos concorrentes ao título.



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