|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
GRUPO A/ HOJE
Sem Zidane, equipe tem estreante como rival e é quase a mesma do título de 1998
Com base igual e mais rica, França abre Copa
DOS ENVIADOS A SEUL
É uma França bem diferente
daquela de 1998 a que abre hoje
em Seul (Coréia do Sul) a primeira Copa do milênio contra Senegal, um estreante em Mundiais.
Não são os atletas franceses que
mudaram. Sete nomes daquele time titular campeão do mundo
formam a espinha dorsal de hoje.
Tampouco a filosofia: Roger Lemerre era o auxiliar de Aimé Jacquet, o treinador que levantou o
inédito troféu há quatro anos.
Na verdade, a maior diferença
entre a França de então e esta
França está fora dos gramados.
Do grupo obstinado a vencer
em casa que o país tinha quatro
anos atrás emergiu um amontoado de estrelas e, principalmente,
uma máquina de fazer dinheiro.
Olhado do ponto de vista financeiro, esse time tem mais do que o
dobro de "talento" do anterior.
Seus contratos coletivos de patrocínio atingem US$ 35,5 milhões,
contra US$ 15,6 milhões em 98.
Os acordos de marketing da seleção brasileira, a mais conhecida
equipe de futebol do planeta, valem cerca de US$ 22 milhões.
E o Brasil soma apenas dois patrocinadores oficiais. Já os franceses possuem ligações com 54 empresas, divididas em quatro categorias diferentes de contratos.
Cerca de 40% do dinheiro que
entra nos cofres da federação
francesa vai para os jogadores.
Para isso, os atletas cumprem
extensa agenda de compromissos
promocionais: desde posar para
foto oficial ao celular até dar entrevista em microfone que estampe a marca de um dos parceiros.
Quem negocia os contratos em
nome da equipe é seu capitão,
Marcel Desailly, que escreveu em
seu livro autobiográfico: ""A carreira é curta, e todas as oportunidades devem ser aproveitadas".
Algo que os franceses têm feito.
Aproveitaram o sucesso de 98 para se encaixar em grandes clubes
europeus. O resultado é que o
grupo atual tem cinco a mais que
atuam fora da França do que o antigo, totalizando 18 entre os 23.
Com a base mantida, o grupo
envelheceu -a equipe titular (incluído Zidane, que, lesionado, dá
lugar hoje a Djorkaeff) tem média
de idade de quase 30 anos. Para a
maioria deles, é a última Copa.
Com a experiência, a moral é
muito superior à de 98. Sobretudo
pelo tipo de experiência. Depois
do título sobre o Brasil, a França
venceu a Eurocopa-2000 e a Copa
das Confederações-2001. Como
gosta de repetir, ganhou tudo.
Confiança, portanto, não falta.
Pode até se dar ao luxo de nem fazer o reconhecimento do campo
de hoje -alegou que perderia
muito tempo no trânsito de Seul.
""Além da qualidade individual,
temos a parte coletiva mais forte.
É essa a diferença", disse Desailly.
Do alto de seus milhões e de sua
confiança, a França tenta quebrar
um tabu de 40 anos. Desde 1962,
não há seleção que repita o título.
(PAULO COBOS E ROBERTO DIAS)
NA TV - Globo e Sportv, ao
vivo, às 8h30
Texto Anterior: Tostão: Bolão da Copa tem início hoje Próximo Texto: Memória: Jogos de abertura mostram "zebra" e escassez de gols Índice
|