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FUTEBOL
Há 18 anos no cargo, presidente será reeleito hoje com apoio dos grandes
Troca de favores perpetua Viana na federação do Rio
DA SUCURSAL DO RIO
Com o apoio de praticamente
todos os filiados, inclusive os quatro grandes, o presidente da Federação de Futebol do Estado do
Rio, Eduardo Viana, será reeleito
hoje para mais quatro anos à frente da entidade -ele é o único candidato. Caso cumpra o novo
mandato até o final, ficará no poder por 22 anos.
Embora tenha sido forçado pela
Justiça a anular o primeiro pleito,
marcado para o último dia 3, Viana conseguiu costurar nos bastidores a sua reeleição.
Para agradar a Flamengo, Botafogo e Fluminense, os seus principais críticos, o presidente da federação decidiu abrir espaços para
os clubes na administração da entidade em troca dos seus votos.
No início do mês, Viana anunciou a criação do conselho consultivo, que contará com os três
clubes mais o Vasco, além de dois
pequenos indicados pela federação, com o objetivo de fiscalizar a
administração da entidade.
Na época, os dirigentes de Flamengo, Botafogo e Fluminense
formalizaram o apoio a Viana.
O CFZ do Rio, que pertence ao
técnico da seleção japonesa, Zico,
decidiu não compactuar. O clube
apoiou o ex-deputado federal
Paulo de Almeida, que tentou ser
candidato de oposição a Viana.
Ontem, Almeida anunciou que
desistiu de enfrentar Viana nas
urnas. "Não vou legitimar a baderna que é esta eleição", disse ele.
No mês passado, o ex-deputado, que foi presidente do São Cristóvão, conseguiu suspender o
pleito, que estava marcado para o
dia 3 de julho. No dia 25 de junho,
a juíza da 3ª Vara Cível do Rio,
Françoise Picot, acatou o pedido
dos advogados de Almeida.
Na sua decisão, Françoise determinou o adiamento "até que sejam apuradas as supostas irregularidades" no processo eleitoral.
Segundo os defensores do então
candidato da oposição, Viana teria incluído ligas fantasmas e assinaturas de dirigentes falsificadas
na sua chapa para a reeleição.
Há cerca de duas semanas, a
Justiça extinguiu o processo sob a
alegação de que o objetivo tinha
sido alcançado (a eleição não se
realizou no último dia 3). Desde
então, Almeida tentou, sem sucesso, conseguir mais uma decisão judicial para barrar o pleito. "Agora, vou continuar fiscalizando a federação. Estou desapontado com os clubes grandes",
disse.
(SÉRGIO RANGEL)
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