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São Paulo, quinta-feira, 31 de julho de 2003

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FUTEBOL

Há 18 anos no cargo, presidente será reeleito hoje com apoio dos grandes

Troca de favores perpetua Viana na federação do Rio

DA SUCURSAL DO RIO

Com o apoio de praticamente todos os filiados, inclusive os quatro grandes, o presidente da Federação de Futebol do Estado do Rio, Eduardo Viana, será reeleito hoje para mais quatro anos à frente da entidade -ele é o único candidato. Caso cumpra o novo mandato até o final, ficará no poder por 22 anos.
Embora tenha sido forçado pela Justiça a anular o primeiro pleito, marcado para o último dia 3, Viana conseguiu costurar nos bastidores a sua reeleição.
Para agradar a Flamengo, Botafogo e Fluminense, os seus principais críticos, o presidente da federação decidiu abrir espaços para os clubes na administração da entidade em troca dos seus votos.
No início do mês, Viana anunciou a criação do conselho consultivo, que contará com os três clubes mais o Vasco, além de dois pequenos indicados pela federação, com o objetivo de fiscalizar a administração da entidade.
Na época, os dirigentes de Flamengo, Botafogo e Fluminense formalizaram o apoio a Viana.
O CFZ do Rio, que pertence ao técnico da seleção japonesa, Zico, decidiu não compactuar. O clube apoiou o ex-deputado federal Paulo de Almeida, que tentou ser candidato de oposição a Viana.
Ontem, Almeida anunciou que desistiu de enfrentar Viana nas urnas. "Não vou legitimar a baderna que é esta eleição", disse ele.
No mês passado, o ex-deputado, que foi presidente do São Cristóvão, conseguiu suspender o pleito, que estava marcado para o dia 3 de julho. No dia 25 de junho, a juíza da 3ª Vara Cível do Rio, Françoise Picot, acatou o pedido dos advogados de Almeida.
Na sua decisão, Françoise determinou o adiamento "até que sejam apuradas as supostas irregularidades" no processo eleitoral.
Segundo os defensores do então candidato da oposição, Viana teria incluído ligas fantasmas e assinaturas de dirigentes falsificadas na sua chapa para a reeleição.
Há cerca de duas semanas, a Justiça extinguiu o processo sob a alegação de que o objetivo tinha sido alcançado (a eleição não se realizou no último dia 3). Desde então, Almeida tentou, sem sucesso, conseguir mais uma decisão judicial para barrar o pleito. "Agora, vou continuar fiscalizando a federação. Estou desapontado com os clubes grandes", disse. (SÉRGIO RANGEL)


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