DO ENVIADO A BUDAPESTE

Com o acerto de Rubens Barrichello com a BAR chega ao fim uma conturbada relação de seis anos com a Ferrari e com Michael Schumacher. Uma história que começou com o brasileiro se autoproclamando "piloto 1-B", e que termina, agora, após algumas alegrias, mas cheia de frustrações.
Depois de sete temporadas sofrendo por equipes pequenas -quatro pela Jordan, três pela Stewart-, Barrichello foi contatado pela Ferrari em meados de 1999. Em setembro, assinou contrato e foi anunciado.
Desde o início, o relacionamento com Schumacher, um notório esmagador de companheiros de equipe, foi bastante conturbado. Na apresentação à Ferrari, por exemplo, Barrichello negou que fosse exercer a função de segundo piloto. "Serei o 1-B", declarou. "Se eu não for campeão pela Ferrari, não serei com ninguém."
Já em 2000, venceu um GP, na Alemanha, tornando-se o piloto que mais tempo levou até ganhar pela primeira vez na F-1: 124 provas. Fez, ainda, uma pole, na Inglaterra. Enquanto isso, Schumacher obteve nove poles, venceu nove GPs e levou seu terceiro título, tirando a Ferrari de um jejum de 21 anos. Um aperitivo do que ocorreria.
O ano de 2001 foi dos mais apagados. Barrichello não obteve pole ou vitória, mas teve seu contrato renovado até o final de 2002. "Não vou mais chorar. Essa história de primeiro ou segundo piloto, para mim, acabou. Preciso ser mais responsável e pensar mais na vida", disse, na abertura do Mundial de 2002, em março.
Em maio, sofreu o maior golpe de sua carreira. Dois dias depois do anúncio de um novo compromisso, até o fim de 2004, seguiu uma ordem da equipe e cedeu a vitória a Schumacher na Áustria.
Mais tarde, porém, foi recompensado. E em dobro: Schumacher lhe deu de presente vitórias em Nurburgring e Indianápolis. Desde então, o piloto brasileiro teve desempenhos apagados pela Ferrari. Em 97 GPs pelo time, foram 11 poles e nove vitórias. No mesmo período, Schumacher ganhou cinco títulos, obteve 41 poles e 49 vitórias. (FSX)


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