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peneira
Corinthians, em crise, desaba com sua defesa
Sistema defensivo passa de modelo a motivo de preocupação nos últimos jogos
Média de gols sofridos do time, que hoje é de 1,54 por jogo, já foi 0,33 por partida, quando a equipe esteve invicta e entre as líderes
EDUARDO ARRUDA
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
Desde que trocou a invencibilidade e os bons resultados do
início do Brasileiro pela seca de
vitórias, vexames e flerte com a
zona do rebaixamento, o Corinthians se ressente da falta de
um meia de criação. Com a negociação de Willian, as lamentações só aumentam no Parque
São Jorge a cada novo tropeço.
Mas, enquanto comissão técnica e dirigentes voltavam sua
atenção para o meio-campo,
outro setor sofreu uma derrocada de rendimento. A defesa
deixou de ser o alicerce corintiano do começo do Nacional
para se tornar o mais novo problema a ser resolvido.
Até sofrer a primeira derrota
no campeonato, na sétima partida que jogou, contra o Palmeiras, o Corinthians tinha baixa
média de gols sofridos. Até
aquele 1 a 0, no dia 30 de junho,
o time havia levado apenas dois
gols em seis jogos -ou o equivalente a 0,33 por confronto.
Depois de perder a primeira
no Brasileiro, e justamente para o arqui-rival, a eficiência da
defesa corintiana começou a
cair. A equipe passou os nove
jogos seguintes sofrendo gols
em todas as partidas -época
em que ficou dez rodadas sem
conseguir uma vitória.
Da sexta rodada -a última
em que saiu de campo ainda invicto na competição- em diante o Corinthians passou de defesa modelo a peneira: só saiu
uma vez de campo sem ser vazado. Em três jogos, sofreu um
gol, em sete oportunidades levou dois, em três confrontos tomou três e, anteontem, chegou
ao pior momento, com uma goleada (5 a 2 para o Atlético-MG
de Emerson Leão).
"Precisamos ter cuidado para
não levarmos uma nova chinelada", disse o volante Vampeta
sobre o clássico contra o Santos, domingo, em São Paulo.
A atual média corintiana de
gols sofridos é quase cinco vezes maior que a do período em
que esteve invicto neste Brasileiro: 1,55 por partida.
Só nos últimos dois jogos, por
exemplo, o Corinthians sofreu
mais gols (foram oito) do que o
São Paulo, que tem a melhor
defesa da competição, levou em
todo o Nacional (sete).
"Muita gente achou surpreendente nosso bom desempenho no começo. Agora também acha surpreendente essa
queda de rendimento. Sabemos
que está ruim e que temos que
consertar o que está errado",
ponderou Betão.
O zagueiro corintiano, porém, faz questão de dividir a
culpa entre todo o elenco. "Para
a defesa ser bem-sucedida, não
são só os quatro de trás que têm
que marcar. Tem que ser todo
mundo. O São Paulo faz isso",
exemplificou o zagueiro.
Apesar dos últimos resultados catastróficos e da queda de
rendimento do setor que já foi o
seu trunfo, o Corinthians não
deve fazer grandes mudanças
para o jogo no Pacaembu.
O vice de futebol, Antoine
Gebran, assegurou José Augusto como técnico até o confronto. Chegou a pedir sugestões de
reforços para o interino.
Porém uma nova derrota deve acelerar o processo de procura de um novo técnico para o
time mais popular de SP.
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