São Paulo, sexta-feira, 31 de agosto de 2007

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peneira

Corinthians, em crise, desaba com sua defesa

Sistema defensivo passa de modelo a motivo de preocupação nos últimos jogos

Média de gols sofridos do time, que hoje é de 1,54 por jogo, já foi 0,33 por partida, quando a equipe esteve invicta e entre as líderes

EDUARDO ARRUDA
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

Desde que trocou a invencibilidade e os bons resultados do início do Brasileiro pela seca de vitórias, vexames e flerte com a zona do rebaixamento, o Corinthians se ressente da falta de um meia de criação. Com a negociação de Willian, as lamentações só aumentam no Parque São Jorge a cada novo tropeço.
Mas, enquanto comissão técnica e dirigentes voltavam sua atenção para o meio-campo, outro setor sofreu uma derrocada de rendimento. A defesa deixou de ser o alicerce corintiano do começo do Nacional para se tornar o mais novo problema a ser resolvido.
Até sofrer a primeira derrota no campeonato, na sétima partida que jogou, contra o Palmeiras, o Corinthians tinha baixa média de gols sofridos. Até aquele 1 a 0, no dia 30 de junho, o time havia levado apenas dois gols em seis jogos -ou o equivalente a 0,33 por confronto.
Depois de perder a primeira no Brasileiro, e justamente para o arqui-rival, a eficiência da defesa corintiana começou a cair. A equipe passou os nove jogos seguintes sofrendo gols em todas as partidas -época em que ficou dez rodadas sem conseguir uma vitória.
Da sexta rodada -a última em que saiu de campo ainda invicto na competição- em diante o Corinthians passou de defesa modelo a peneira: só saiu uma vez de campo sem ser vazado. Em três jogos, sofreu um gol, em sete oportunidades levou dois, em três confrontos tomou três e, anteontem, chegou ao pior momento, com uma goleada (5 a 2 para o Atlético-MG de Emerson Leão).
"Precisamos ter cuidado para não levarmos uma nova chinelada", disse o volante Vampeta sobre o clássico contra o Santos, domingo, em São Paulo.
A atual média corintiana de gols sofridos é quase cinco vezes maior que a do período em que esteve invicto neste Brasileiro: 1,55 por partida.
Só nos últimos dois jogos, por exemplo, o Corinthians sofreu mais gols (foram oito) do que o São Paulo, que tem a melhor defesa da competição, levou em todo o Nacional (sete).
"Muita gente achou surpreendente nosso bom desempenho no começo. Agora também acha surpreendente essa queda de rendimento. Sabemos que está ruim e que temos que consertar o que está errado", ponderou Betão.
O zagueiro corintiano, porém, faz questão de dividir a culpa entre todo o elenco. "Para a defesa ser bem-sucedida, não são só os quatro de trás que têm que marcar. Tem que ser todo mundo. O São Paulo faz isso", exemplificou o zagueiro.
Apesar dos últimos resultados catastróficos e da queda de rendimento do setor que já foi o seu trunfo, o Corinthians não deve fazer grandes mudanças para o jogo no Pacaembu.
O vice de futebol, Antoine Gebran, assegurou José Augusto como técnico até o confronto. Chegou a pedir sugestões de reforços para o interino.
Porém uma nova derrota deve acelerar o processo de procura de um novo técnico para o time mais popular de SP.

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