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Torcida organizada briga e causa avalanche humana
DO ENVIADO AO RIO E
DA SUCURSAL DO RIO
Uma briga entre integrantes de
uma torcida organizada vascaína
por causa do atacante Romário
causou o tumulto que fez com que
o jogo decisivo da Copa JH fosse
encerrado aos 23min do primeiro
tempo, quando Vasco e São Caetano empatavam em 0 a 0.
Sentindo uma contusão na coxa
esquerda, Romário foi substituído aos 21min, provocando uma
discussão entre integrantes da
Força Jovem, que tem a fama de
ser a mais violenta do Rio.
Segundo torcedores que estavam no local em que a confusão
começou, parte dos vascaínos, decepcionados com a saída do atacante, passou a gritar o nome de
Edmundo, desafeto de Romário.
Em seguida, fãs do artilheiro defenderam Romário. Segundo testemunhas, dois torcedores começaram a brigar e uma arma foi
mostrada, provocando correria
nas arquibancadas.
Torcedores foram empurrados
contra o alambrado, que caiu. Alguns deles disseram que foram
agredidos por policiais militares,
logo após caírem no gramado.
De acordo com o torcedor Anderson da Silva, integrantes da
Força Jovem conhecidos como
Pain e Magrão iniciaram a briga.
Imediatamente após a queda do
alambrado, o juiz Oscar Roberto
Godoi interrompeu a partida para
que as vítimas fossem atendidas.
Em dez minutos, quatro ambulâncias estavam dentro do gramado. Pelo menos dez pousos de helicópteros aconteceram no campo
para levar os feridos.
Eurico Miranda, presidente
eleito e atual vice de futebol do
Vasco, entrou no gramado para
apressar o socorro das vítimas,
enquanto os dirigentes do São
Caetano pediam o fim do jogo.
"Estão me pressionando. Se tirar o time de campo, perco várias
coisas que conquistei, como a vaga para a Libertadores, porque o
São Caetano será eliminado", disse Nairo Ferreira de Souza, presidente do clube paulista.
Apesar da intenção do São Caetano de não continuar jogando, a
Polícia Militar montou um cordão de isolamento no local em
que o alambrado caiu e deu garantias de segurança aos torcedores e jogadores.
O secretário da Defesa Civil do
Rio, Paulo Gomes Filho, vistoriou
o local e também deu o seu aval
para que o jogo continuasse. Os
jogadores chegaram a se posicionar para recomeçar a partida, mas
um telefonema do governador do
Rio, Anthony Garotinho, ao secretário da Defesa Civil fez com
que o jogo fosse encerrado.
Josias Quintal, secretário da Segurança Pública do Rio, disse ter
pedido ao governador para que a
partida fosse encerrada. "Tomei
essa decisão por causa do que poderia acontecer se o jogo continuasse", afirmou Quintal.
O governador também determinou a interdição do estádio.
Godoi deu o jogo por encerrado
após 70 minutos de paralisação.
De acordo com o regulamento, a
atitude deveria ter sido tomada
antes, após 30 minutos.
A decisão irritou Eurico Miranda. "O governador do Rio é incompetente e frouxo. Perguntem
a ele se existe uma maneira de devolver o dinheiro aos torcedores",
afirmou o dirigente vascaíno.
Para ele, seu time é campeão,
pois precisava de um empate em 0
a 0 para ficar com o título. "O São
Caetano não tem que recorrer.
Eles deveriam estar orgulhosos
por terem pisado no gramado de
São Januário", disse.
A torcida precisou ser contida
pela PM na saída.
(FV, RGO e SR)
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