São Paulo, domingo, 31 de dezembro de 2000

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Equipe paulista revela ameaça

DO ENVIADO AO RIO

E DA SUCURSAL DO RIO

A suspensão da partida final da Copa João Havelange foi a única vitória do São Caetano na queda-de-braço que enfrentou com o Vasco nos dois dias que antecederam ao jogo decisivo de ontem.
Logo após o alambrado romper, e a torcida invadir o gramado, paralisando a partida, os jogadores e os dirigentes do clube pediram ao juiz Oscar Roberto Godoi o cancelamento da partida.
Depois de sair a primeira decisão do árbitro de continuar com o jogo, mesmo após o acidente, o presidente do clube paulista, Nairo Ferreira de Souza, declarou que seu time só voltaria a campo porque fora ameaçado por dirigentes da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol).
Segundo o presidente do São Caetano, um dirigente da Conmebol que estava em São Januário disse a ele que o clube paulista perderia a vaga na Taça Libertadores de 2001 caso decidisse abandonar o campo e a partida.
Contrariado, o São Caetano optou por continuar em campo e não deixar escapar a chance de disputar a Libertadores.
"Isso é um absurdo. Não é possível continuar um jogo após uma tragédia dessas", declarou o dirigente. "O São Caetano só volta ao jogo pois foi ameaçado pelo vice-presidente da Conmebol de ficar de fora do torneio", completou.
Somente quando o jogo foi cancelado que o clube paulista conseguiu, pela primeira vez nesses últimos dias, o que queria.
Anteontem, a diretoria viu-se obrigada a cancelar a organização de uma caravana de 25 ônibus para levar seus torcedores ao Rio depois que o Vasco decidiu não ceder a cota de 1.100 ingressos, como havia sido combinado.
Ontem, ao chegar em São Januário, a diretoria do clube soube que as 30 entradas destinadas para seus dirigentes não seriam cedidas pelo rival carioca. Assim, a solução encontrada foi comprar 50 bilhetes de cambistas.
Momentos antes de o jogo começar, mais uma queda-de-braço entre os dois clubes. Os atletas do time foram trancados dentro do vestiário, impedidos de entrar em campo para fazer o aquecimento.
O cancelamento da decisão, porém, poderá ser prejudicial para o clube paulista. Seis jogadores terão seus contratos vencidos até amanhã: Esquerdinha, Adãozinho, Daniel, Serginho, Claudecir e César. Ontem, o vice-presidente do clube, Luiz de Paula, dissera que o vice-campeonato já estava de bom tamanho. (FV, RGO e SR)


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