DA REPORTAGEM LOCAL

A rede hoteleira que funciona na boca-do-lixo, no centro de São Paulo, é beneficiada pela disputa da São Silvestre. A corrida acontece em um dos piores períodos para os hotéis paulistas, que se estende do dia 20 de dezembro até o dia 10 de janeiro, por causa do período de férias, menor atividade comercial e a não-realização de convenções no período.
Vários hotéis da região têm o baixo movimento compensado por atletas de outros estados que, em busca de opções baratas, representam a maioria dos hóspedes desses estabelecimentos.
Alguns hotéis, como o Maro Minister, localizado na rua Aurora, fazem até promoções para atrair os corredores, que vêm em grupos do Paraná, Goiânia e municípios do interior, como Cruzeiro. O quarto standard, cuja diária é de R$ 51, sai por R$ 22 para quem exibir o comprovante de inscrição na São Silvestre.
Na quinta-feira, o hotel abrigava 11 hóspedes. Anteontem, já teve a adição de nove hóspedes-atletas vindos do Piauí e ainda havia reservas para 54 outros corredores. O hotel tem 63 apartamentos.
Segundo Izilda Tonello, administradora do hotel, este tem convênio com a organização da prova, que indica o local para os atletas até para outras competições, como a "São Silvestrinha", disputada no meio de semana.
Os corredores não se importam com o fato de a região estar associada à prostituição e bandidagem. "Isso não tem influência. Viemos para competir, não para sair à noite", disse Davi Vieira Barbosa, 40, professor de educação física, mineiro, que trouxe a filha para correr na prova juvenil.
O grande incentivo para se hospedar no local são os preços baixos, aliados à boa localização.
"Se ficasse na (avenida) Paulista, gastaria o dobro", declarou Juvino Moura Ribeiro, 38, que fez uma viagem de 13 horas de Brasília para São Paulo. Por seis dias de estadia no Domus Hotel, que abriga outros três hóspedes, paga R$ 340. ""Quanto às garotas (de programa), minha namorada mandou ter juízo." (EO, EB e MR)


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