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FUTEBOL
Libertadores da humildade
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
E le venceu o campeonato
nacional pela primeira vez.
Levou o título para uma cidade
que mal era conhecida no país.
Encantou a todos com um futebol
ofensivo e atrevido. Mesmo com
poucos recursos financeiros, superou os ""times grandes" e chegou
de forma inédita à Taça Libertadores da América, principal competição interclubes do continente.
A abertura serviria bem para o
São Caetano, mas não é para ele.
Escrevo a coluna antes da final da
Copa João Havelange entre o time do ABC e o Vasco. Campeão
ou vice, o São Caetano jogará a
Libertadores-2001, o que já é um
feito considerável para o clube.
Há, porém, uma equipe que
surpreendeu seu país quase tanto
quanto o São Caetano e que garantiu há poucos dias um até então impensado título nacional.
Jogará inclusive com Vasco ou
São Caetano na primeira fase da
Libertadores no ano que vem.
O modestíssimo Olmedo foi
fundado em 1919, só conseguiu
chegar à primeira divisão no
Equador duas vezes nos anos 70 e
agora no final do século. A equipe
ganhou pela primeira vez o Campeonato Equatoriano no domingo passado ao empatar em 1 a 1
com o Aucas. Na fase final da
competição, garantiu o título
após somar seis vitórias e dois empates. Marcou 13 gols nesses jogos
decisivos e sofreu apenas dois.
O Olmedo é o primeiro clube
que não é de Quito nem de Guayaquil a vencer o campeonato nacional. A equipe tem sede em Riobamba, cidade que possui cerca
de 150 mil habitantes e que fica
próxima do vulcão Chimborazo.
Os jogadores do Olmedo são
bem mais humildes que os do São
Caetano. O salário médio da
equipe é US$ 400. O clube não
possui sócios nem a estrutura que
foi montada recentemente para o
emergente clube do ABC paulista.
O segredo do sucesso do Olmedo
foi o conjunto. Com a mesma base há quase cinco anos, a equipe
triunfou na elite do futebol equatoriano, que vive hoje seu melhor
momento em toda a história.
Apesar da façanha do Olmedo,
só agora conhecido de verdade
em seu país, é preciso guardar as
devidas proporções em comparações com o São Caetano, que chegou à decisão de um dos mais difíceis interclubes do planeta.
O curioso é que a Libertadores,
sonho de toda equipe sul-americana, tem espaço agora para confrontos entre clubes humildes. Para o Olmedo, o modesto São Caetano já é uma superpotência e enfrentá-lo será motivo de orgulho.
Nos últimos anos, clubes medianos, como Deportivo Cali, Barcelona de Guayaquil, Sporting Cristal e Newell's Old Boys, chegaram
à final da Libertadores. O próprio
título do Vélez Sarsfield em 1994
meio que apontou para uma
"América mais acessível a todos".
Em 2000, porém, a competição
abriu suas portas até para os times mais humildes ao aumentar
seu número de participantes. Pelo
que Olmedos e São Caetanos estão fazendo, contudo, os humildes nem precisariam dessas portas para ganhar o continente.
Carlos Bianchi e Luiz Felipe
Scolari, técnicos que fizeram nome vencendo com equipes esforçadas e sem muita qualidade, terminam o século como "Misters
América". O Olmedo e o São Caetano começam o novo século como os novos "descobridores".
Primeiros 1
Os franceses, campeões
mundiais, estão preparando
o bi. Já escolheram o hotel em
que farão sua preparação no
Japão antes da Copa-2002. Ficarão na ilha Kyushu, no hotel Ibusuki Iwasaki, de 21 a 25
de maio -fazem o primeiro
jogo da Copa na Ásia no dia
31 de maio, na Coréia do Sul.
Primeiros 2
A seleção francesa 1998-2000
é a melhor do século para o
"L'Equipe". Isso só tira credibilidade das votações feitas
pelo jornal francês, o primeiro a rotular Pelé como o melhor do século. O "L'Equipe"
conseguiu promover votação
para melhores do século mais
esdrúxula que a da Fifa.
Primeiros 3
O primeiro grande campeão
de 2001 será da Oceania. Já
em janeiro acontece a Copa
dos Campeões da região, torneio que levará o vencedor ao
Mundial de Clubes da Fifa.
E-mail - rbueno@folhasp.com.br
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