São Paulo, domingo, 31 de dezembro de 2000

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FUTEBOL
Libertadores da humildade

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

E le venceu o campeonato nacional pela primeira vez. Levou o título para uma cidade que mal era conhecida no país. Encantou a todos com um futebol ofensivo e atrevido. Mesmo com poucos recursos financeiros, superou os ""times grandes" e chegou de forma inédita à Taça Libertadores da América, principal competição interclubes do continente.
A abertura serviria bem para o São Caetano, mas não é para ele. Escrevo a coluna antes da final da Copa João Havelange entre o time do ABC e o Vasco. Campeão ou vice, o São Caetano jogará a Libertadores-2001, o que já é um feito considerável para o clube.
Há, porém, uma equipe que surpreendeu seu país quase tanto quanto o São Caetano e que garantiu há poucos dias um até então impensado título nacional. Jogará inclusive com Vasco ou São Caetano na primeira fase da Libertadores no ano que vem.
O modestíssimo Olmedo foi fundado em 1919, só conseguiu chegar à primeira divisão no Equador duas vezes nos anos 70 e agora no final do século. A equipe ganhou pela primeira vez o Campeonato Equatoriano no domingo passado ao empatar em 1 a 1 com o Aucas. Na fase final da competição, garantiu o título após somar seis vitórias e dois empates. Marcou 13 gols nesses jogos decisivos e sofreu apenas dois.
O Olmedo é o primeiro clube que não é de Quito nem de Guayaquil a vencer o campeonato nacional. A equipe tem sede em Riobamba, cidade que possui cerca de 150 mil habitantes e que fica próxima do vulcão Chimborazo.
Os jogadores do Olmedo são bem mais humildes que os do São Caetano. O salário médio da equipe é US$ 400. O clube não possui sócios nem a estrutura que foi montada recentemente para o emergente clube do ABC paulista.
O segredo do sucesso do Olmedo foi o conjunto. Com a mesma base há quase cinco anos, a equipe triunfou na elite do futebol equatoriano, que vive hoje seu melhor momento em toda a história.
Apesar da façanha do Olmedo, só agora conhecido de verdade em seu país, é preciso guardar as devidas proporções em comparações com o São Caetano, que chegou à decisão de um dos mais difíceis interclubes do planeta.
O curioso é que a Libertadores, sonho de toda equipe sul-americana, tem espaço agora para confrontos entre clubes humildes. Para o Olmedo, o modesto São Caetano já é uma superpotência e enfrentá-lo será motivo de orgulho.
Nos últimos anos, clubes medianos, como Deportivo Cali, Barcelona de Guayaquil, Sporting Cristal e Newell's Old Boys, chegaram à final da Libertadores. O próprio título do Vélez Sarsfield em 1994 meio que apontou para uma "América mais acessível a todos".
Em 2000, porém, a competição abriu suas portas até para os times mais humildes ao aumentar seu número de participantes. Pelo que Olmedos e São Caetanos estão fazendo, contudo, os humildes nem precisariam dessas portas para ganhar o continente.
Carlos Bianchi e Luiz Felipe Scolari, técnicos que fizeram nome vencendo com equipes esforçadas e sem muita qualidade, terminam o século como "Misters América". O Olmedo e o São Caetano começam o novo século como os novos "descobridores".


Primeiros 1
Os franceses, campeões mundiais, estão preparando o bi. Já escolheram o hotel em que farão sua preparação no Japão antes da Copa-2002. Ficarão na ilha Kyushu, no hotel Ibusuki Iwasaki, de 21 a 25 de maio -fazem o primeiro jogo da Copa na Ásia no dia 31 de maio, na Coréia do Sul.

Primeiros 2
A seleção francesa 1998-2000 é a melhor do século para o "L'Equipe". Isso só tira credibilidade das votações feitas pelo jornal francês, o primeiro a rotular Pelé como o melhor do século. O "L'Equipe" conseguiu promover votação para melhores do século mais esdrúxula que a da Fifa.

Primeiros 3
O primeiro grande campeão de 2001 será da Oceania. Já em janeiro acontece a Copa dos Campeões da região, torneio que levará o vencedor ao Mundial de Clubes da Fifa.

E-mail - rbueno@folhasp.com.br



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