São Paulo, domingo, 31 de dezembro de 2000

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BOXE
EDUARDO OHATA

E o ouro vai para... os promotores dos combates Félix Trinidad x Fernando Vargas, Sugar Mosley x Oscar de la Hoya e Erik Morales x Marco Antonio Barrera.

Fica com a prata... os perdedores desses combates.

Bem longe do pódio: ficaram aqueles que gerenciam a carreira de Acelino Freitas, o Popó. Com o potencial que tem, deveria tentar unificar os cinturões. Por outro lado, ficaram literalmente com o ouro, pois, sem expor seu atleta, garantiram bom dinheiro com os direitos de transmissão das TVs.

Acabou: a condição de Mike Tyson como um aspirante ao título com credibilidade.

Começou: vida nova... Após ter flertado com a indústria fonográfica, Oscar de la Hoya renovou sua equipe (técnico e promotor) e promete voltar a ser um lutador.

Se a CPI chamasse... os membros do comitê classificador da Organização Mundial de Boxe desapareceriam diante dos olhos dos parlamentares. Afinal, não são eles os mágicos que fazem desafiantes de Acelino Freitas, o Popó, surgir e desaparecer do ranking em um piscar de olhos?

Como eu suspeitava... o gigante ucraniano Vitali Klitschko, a exemplo do irmão Wladimir (que havia sido nocauteado por um desconhecido), reforçou a noção de que os pesos-pesados brancos da atualidade não conseguem lutar. Vide Gerry Cooney, Tommy Morrison, Lou Savarese etc.

Quebrei a cara: ao apostar em Michael Grant como o sucessor da atual geração de pesos-pesados. Mas, antes, Grant quebrou a própria contra Lennox Lewis.

Um dia para esquecer: a preliminar de Popó x Alicéa, quando o ex-campeão Paul Ingle foi surrado ao perder o título. Depois foi submetido a operação no cérebro e permanece em coma (até o fechamento desta página).

Um dia para lembrar: aquele no qual o cubano Félix Savón aproveitou sua última chance e igualou o compatriota Teófilo Stevenson ao coroar-se tricampeão olímpico dos pesados.

A frase: "Se fosse roubar alguém, roubaria alguém bom", de Bob Arum, o mesmo empresário que nos brindou com "Ontem eu estava mentindo; hoje estou falando a verdade", ao se defender da acusação de estar tomando Hector Camacho Jr. do promotor de lutas Dan Goosen.

A imagem: que imagem? (nos últimos meses, as redes de TVs brasileiras boicotaram os principais combates).

O que levar para o século 21: uma calculadora, pois os cartolas vão prosseguir criando entidades controladoras do boxe apenas quando esgotarem todas as combinações de letras possíveis (WBC, WBA, IBF, WBO, WBF, WBU, IBO, IBA, IBC, NBA etc).

O que deixar no século 20: Roberto Durán, Thomas Hearns, Larry Holmes, fósseis que insistem em continuar lutando.


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