São Paulo, segunda-feira, 01 de julho de 2002

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Sexo é cercado por valores antigos e tabus

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Quando se trata de hábitos sexuais, os adolescentes do sertão ainda são obrigados a conviver com valores considerados conservadores para quem vive em grandes centros.
"Se algum jovem quiser provar de uma mulher, tem de ir para São José de Piranhas ou Cajazeiras (cidades vizinhas), para algum brega (local de prostituição), porque aqui mesmo não tem rapariga (prostituta)", conta Marcos Roberto, de Carrapateira.
Na cidade, a virgindade ainda é um tabu. "As pessoas dizem que a garota que não é virgem não é direita, que não é certo antes do casamento", afirma Maria Damiana. "Tem pais que não querem mais saber da filha", completa Claudia. As duas fazem questão de dizer que são virgens.
Francineldo Nunes Leite, 16, de Monte Horebe, namora há sete meses com uma garota virgem. "Mas transo com as meninas que todo mundo pega", admite.
Todos sabem que usar camisinha é fundamental, e os garotos dizem que sempre usam. "Já perdi várias oportunidades de transar porque não tinha camisinha. Se não tiver camisinha, eu não pego, não", diz Francineldo.
Mesmo sem ter uma vida sexual ativa, Maria Damiana manda o recado: "Camisinha é para evitar gravidez, Aids e outras doenças".
E os rapazes confirmam um dos maiores folclores do interior do Brasil. "A maioria dos meninos mais novos transa mesmo com animais. As "jegas" sofrem", conta Marcos Roberto. (AUGUSTO PINHEIRO)



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