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Sexo é cercado por valores antigos e tabus
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Quando se trata de hábitos sexuais, os
adolescentes do sertão ainda são obrigados a conviver com valores considerados
conservadores para quem vive em grandes centros.
"Se algum jovem quiser provar de uma
mulher, tem de ir para São José de Piranhas ou Cajazeiras (cidades vizinhas),
para algum brega (local de prostituição),
porque aqui mesmo não tem rapariga
(prostituta)", conta Marcos Roberto, de
Carrapateira.
Na cidade, a virgindade ainda é um tabu. "As pessoas dizem que a garota que
não é virgem não é direita, que não é certo antes do casamento", afirma Maria
Damiana. "Tem pais que não querem
mais saber da filha", completa Claudia.
As duas fazem questão de dizer que são
virgens.
Francineldo Nunes Leite, 16, de Monte
Horebe, namora há sete meses com uma
garota virgem. "Mas transo com as meninas que todo mundo pega", admite.
Todos sabem que usar camisinha é fundamental, e os garotos dizem que sempre
usam. "Já perdi várias oportunidades de
transar porque não tinha camisinha. Se
não tiver camisinha, eu não pego, não",
diz Francineldo.
Mesmo sem ter uma vida sexual ativa,
Maria Damiana manda o recado: "Camisinha é para evitar gravidez, Aids e outras
doenças".
E os rapazes confirmam um dos maiores folclores do interior do Brasil. "A
maioria dos meninos mais novos transa
mesmo com animais. As "jegas" sofrem",
conta Marcos Roberto.
(AUGUSTO PINHEIRO)
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