São Paulo, segunda-feira, 01 de outubro de 2001

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Programas oficiais priorizam esportes e lazer

João Wainer/Folha Imagem
O novo secretário da Juventude de São Paulo, Gabriel Chalita


DA REPORTAGEM LOCAL

Demorou para o jovem tornar-se objeto de políticas públicas, mas, agora, a quase um ano das eleições para a Presidência da República e para o governo do Estado, temas ligados à juventude parecem ter entrado definitivamente nas agendas oficiais. Coincidência? É muito pouco provável.
Todas essas políticas, nos âmbitos federal, estadual e municipal, têm pontos comuns. O mais evidente é que, sem parcerias, elas não sobrevivem. Em quase todos os programas em desenvolvimento, a participação de empresas, organizações não-governamentais, associações de bairro e universidades não é apenas bem-vinda, é necessária.
Outro ponto é o enfoque no esporte e no lazer, principalmente em espaços públicos, visando ao combate às drogas, à ociosidade e à criminalidade.
Assim como a Prefeitura de São Paulo criou a Coordenadoria da Juventude para integrar e centralizar políticas públicas voltadas para o jovem, a partir de hoje, passa a funcionar uma nova secretaria de Estado com a mesma finalidade. É a Secretaria da Juventude, Esporte e Lazer, que terá como secretário o ex-vereador de Cachoeira Paulista Gabriel Chalita, 32.
A secretaria, criada após sete anos do PSBD no poder, ainda não tem o Orçamento definido. Chalita diz que deve receber as verbas que eram destinadas à extinta Secretaria de Esportes e Turismo e também as destinadas à Febem.
Mesmo sem saber o quanto vai ter de dinheiro para gastar, Chalita já definiu suas prioridades (veja quadro acima). Para tanto, haverá uma articulação com diferentes secretarias e com a iniciativa privada. Um exemplo é o Projeto Guri, que fornece instrumentos musicais para 7.000 jovens e deve ser ampliado. "Também vou tratar de áreas públicas. Devo cuidar do parque que será criado após a implosão do complexo do Carandiru, no ano que vem."
Com a iniciativa privada, Chalita quer implantar centros de juventude, que seriam espaços de lazer e capacitação profissional, que contariam com o apoio de empresas. "Um supermercado quer empregar empacotadores? Nós usaremos esses centros para dar um treinamento técnico e humanista para que, depois, esse jovem possa ser absorvido pela empresa", diz.
Centros de referência de lazer e de cultura e ajuda para a entrada no mercado de trabalho, também são políticas adotadas pela Prefeitura de São Paulo -como é o caso do Bolsa Trabalho, em que jovens fazem oficinas profissionalizantes e são remunerados. Com pautas comuns, tanto a prefeitura quanto o governo dizem estar abertos para conversas e atuação conjunta.
O governo federal não tem tanta integração nas políticas para os jovens quanto o Estado e o município. Uma das exceções é o Ministério da Saúde que, por meio da área técnica de saúde do adolescente e do jovem, coordenada por Guilbert Nobre, 33, tem realizado trabalhos em conjunto com outros ministérios, em projetos que vão desde a prevenção à gravidez na adolescência até o combate aos principais motivos de mortes por causas externas (homicídio, suicídio e acidentes de trânsito).
Os resultados desses trabalhos devem aparecer no ano que vem. Segundo Nobre, o governo federal não deu ênfase à juventude antes porque estava concentrado nas questões da infância. (GW)


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