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Programas oficiais priorizam esportes e lazer
João Wainer/Folha Imagem
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O novo secretário da Juventude de São Paulo, Gabriel Chalita |
DA REPORTAGEM LOCAL
Demorou para o jovem tornar-se objeto de políticas públicas, mas, agora, a quase um
ano das eleições para a Presidência da República e para o
governo do Estado, temas ligados à juventude parecem ter entrado definitivamente nas agendas oficiais. Coincidência? É
muito pouco provável.
Todas essas políticas, nos âmbitos federal, estadual e municipal, têm pontos comuns. O
mais evidente é que, sem parcerias, elas não sobrevivem. Em
quase todos os programas em
desenvolvimento, a participação de empresas, organizações
não-governamentais, associações de bairro e universidades
não é apenas bem-vinda, é necessária.
Outro ponto é o enfoque no
esporte e no lazer, principalmente em espaços públicos, visando ao combate às drogas, à
ociosidade e à criminalidade.
Assim como a Prefeitura de
São Paulo criou a Coordenadoria da Juventude para integrar e
centralizar políticas públicas
voltadas para o jovem, a partir
de hoje, passa a funcionar uma
nova secretaria de Estado com a
mesma finalidade. É a Secretaria da Juventude, Esporte e Lazer, que terá como secretário o
ex-vereador de Cachoeira Paulista Gabriel Chalita, 32.
A secretaria, criada após sete
anos do PSBD no poder, ainda
não tem o Orçamento definido.
Chalita diz que deve receber as
verbas que eram destinadas à
extinta Secretaria de Esportes e
Turismo e também as destinadas à Febem.
Mesmo sem saber o quanto
vai ter de dinheiro para gastar,
Chalita já definiu suas prioridades (veja quadro acima). Para
tanto, haverá uma articulação
com diferentes secretarias e com
a iniciativa privada. Um exemplo é o Projeto Guri, que fornece
instrumentos musicais para
7.000 jovens e deve ser ampliado. "Também vou tratar de
áreas públicas. Devo cuidar do
parque que será criado após a
implosão do complexo do Carandiru, no ano que vem."
Com a iniciativa privada, Chalita quer implantar centros de
juventude, que seriam espaços
de lazer e capacitação profissional, que contariam com o apoio
de empresas. "Um supermercado quer empregar empacotadores? Nós usaremos esses centros
para dar um treinamento técnico
e humanista para que, depois, esse
jovem possa ser absorvido pela
empresa", diz.
Centros de referência de lazer e
de cultura e ajuda para a entrada
no mercado de trabalho, também
são políticas adotadas pela Prefeitura de São Paulo -como é o caso
do Bolsa Trabalho, em que jovens
fazem oficinas profissionalizantes
e são remunerados. Com pautas
comuns, tanto a prefeitura quanto
o governo dizem estar abertos para conversas e atuação conjunta.
O governo federal não tem tanta
integração nas políticas para os jovens quanto o Estado e o município. Uma das exceções é o Ministério da Saúde que, por meio da
área técnica de saúde do adolescente e do jovem, coordenada por
Guilbert Nobre, 33, tem realizado
trabalhos em conjunto com outros ministérios, em projetos que
vão desde a prevenção à gravidez
na adolescência até o combate aos
principais motivos de mortes por
causas externas (homicídio, suicídio e acidentes de trânsito).
Os resultados desses trabalhos
devem aparecer no ano que vem.
Segundo Nobre, o governo federal
não deu ênfase à juventude antes
porque estava concentrado nas
questões da infância.
(GW)
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