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São Paulo aposta no trabalho voluntário de universitários
DA REPORTAGEM LOCAL
"Eles podem esperar muito
trabalho." Assim o novo
secretário da Juventude, Gabriel Chalita, definiu o papel
que os jovens das classes média
e alta terão de desempenhar para que as políticas traçadas pela
secretaria sejam eficazes.
A partir de hoje, a secretaria
encampa o projeto Universidade Cidadã, desenvolvido pela
primeira-dama Maria Lúcia
Alckmin, no qual Chalita trabalhava como conselheiro.
"Quando a dona Lu [a primeira-dama" assumiu o fundo,
a gente começou a fazer um trabalho junto aos jovens universitários. Porque temos uma soma
muito grande de universidades
no Estado e um potencial enorme para desenvolver um trabalho social", diz Chalita.
O projeto, já em curso em 60
das 69 faculdades de direito do
Estado, faz com que o jovem
universitário vá trabalhar como
voluntário em uma comunidade próxima à universidade.
No caso dos estudantes de direito, o trabalho consiste no auxílio para a formação de associações e de cooperativas para
que a comunidade consiga criar
projetos de geração de renda e
de trabalho. "Embora haja pessoas participando de outras formas, como em adoção", diz.
Chalita pretende estender esses programas para as áreas de
saúde e de educação. Em saúde,
os focos serão a gravidez na
adolescência e sexualidade. Em
educação, vai-se explorar o
contato com problemas sociais.
A idéia é que haja uma troca
entre as diferentes classes sociais e que isso tenha um impacto tanto na auto-estima do
jovem quanto em sua visão de
mundo. "A gente quer que isso
conste dos currículos, para que
faça uma diferença também no
mercado de trabalho."
Os universitários Alice Abramo e Eduardo Lagoa disseram
que acham interessante estreitar esse contato com jovens que
têm outras experiências de vida. "É mais fácil falar com alguém da nossa idade do que
com gente da geração dos nossos pais", comenta Eduardo.
Por outro lado, Rogério Nascimento Campos, que mora no
Capão Redondo (zona sul de
São Paulo) diz acreditar que esse contato com os universitários pode ser improdutivo, pois
as realidades que eles vivem é
muito distante daquela da periferia e isso poderia trazer problemas de comunicação.
(GW)
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