São Paulo, segunda-feira, 01 de outubro de 2001

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São Paulo aposta no trabalho voluntário de universitários

DA REPORTAGEM LOCAL

"Eles podem esperar muito trabalho." Assim o novo secretário da Juventude, Gabriel Chalita, definiu o papel que os jovens das classes média e alta terão de desempenhar para que as políticas traçadas pela secretaria sejam eficazes.
A partir de hoje, a secretaria encampa o projeto Universidade Cidadã, desenvolvido pela primeira-dama Maria Lúcia Alckmin, no qual Chalita trabalhava como conselheiro.
"Quando a dona Lu [a primeira-dama" assumiu o fundo, a gente começou a fazer um trabalho junto aos jovens universitários. Porque temos uma soma muito grande de universidades no Estado e um potencial enorme para desenvolver um trabalho social", diz Chalita.
O projeto, já em curso em 60 das 69 faculdades de direito do Estado, faz com que o jovem universitário vá trabalhar como voluntário em uma comunidade próxima à universidade.
No caso dos estudantes de direito, o trabalho consiste no auxílio para a formação de associações e de cooperativas para que a comunidade consiga criar projetos de geração de renda e de trabalho. "Embora haja pessoas participando de outras formas, como em adoção", diz.
Chalita pretende estender esses programas para as áreas de saúde e de educação. Em saúde, os focos serão a gravidez na adolescência e sexualidade. Em educação, vai-se explorar o contato com problemas sociais.
A idéia é que haja uma troca entre as diferentes classes sociais e que isso tenha um impacto tanto na auto-estima do jovem quanto em sua visão de mundo. "A gente quer que isso conste dos currículos, para que faça uma diferença também no mercado de trabalho."
Os universitários Alice Abramo e Eduardo Lagoa disseram que acham interessante estreitar esse contato com jovens que têm outras experiências de vida. "É mais fácil falar com alguém da nossa idade do que com gente da geração dos nossos pais", comenta Eduardo.
Por outro lado, Rogério Nascimento Campos, que mora no Capão Redondo (zona sul de São Paulo) diz acreditar que esse contato com os universitários pode ser improdutivo, pois as realidades que eles vivem é muito distante daquela da periferia e isso poderia trazer problemas de comunicação. (GW)


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