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MÚSICA
"Garotozil de Podrezepam" é remédio para a mesmice do hardcore
Mais podres do que nunca
DA REPORTAGEM LOCAL
Ao comemorar 20 anos
de carreira, os Garotos
Podres vivem uma espécie de presente perpétuo.
Em "Garotozil de Podrezepam - 100 mg", lançado
agora, Mau (vocal), Mauro (guitarra), Sukata (baixo) e Caverna (bateria)
mantêm-se fiéis à sonoridade "oi", simples e direta, cheia de letras engajadas e nada chatas (ao contrário, repletas de ironia),
como nos tempos do clássico "Mais Podres do que
Nunca", de 1985.
"Sempre fizemos o nosso som, independentemente de mercado, de tudo. Muita banda muda de
estilo por causa de modismos. Conosco, aconteceu
o contrário: já mudamos
um pouco nosso som porque ele estava virando
moda", brinca Mauro, 41.
"Com essa história de
hardcore melódico é a
mesma coisa. As bandas
são iguais, os caras se vestem igual, tocam igual e
cantam as mesmas coisas.
Ficou irritante. Cansamos
de ver essas coisas surgirem e sumirem. E queremos mostrar que podemos ser a cura para isso
-o remédio ou a droga",
diz ele, em alusão à capa
do CD, que imita a caixa
de um remédio e alerta:
"Atenção: pode causar
dependência psicológica".
Isso porque, além do
punk rock poderoso e
meio tosco, os Garotos
Podres questionam a sociedade sem preocupação
com o que é politicamente
correto. É assim em "Serviço Militar" ("Não ao
serviço militar obrigatório/ .../ Só de pensar nisso
eu passo mal/ Quero dar
um pé na bunda do general"), em "Sou um Fracassomaníaco", em "Ditador" e em "O Ocidente é
um Acidente". Sem contra-indicações.
(FERNANDA MENA)
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