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R., 19, aprendeu a selecionar os clientes depois de oito meses na rua

free-lance para a Folha

Em estudo realizado entre 94 e 96 com 100 garotos de programa de São Paulo, foi constatado que 86 deles estavam na rua por opção.
Segundo Mário Scheffer, 30, coordenador do Grupo pela Vidda (que realizou a pesquisa), os garotos têm consciência dos riscos que correm e estão lá porque gostam.
Entre eles, 95 afirmam usar sempre o preservativo com os clientes, mas apenas 57 o usam com o parceiro. De acordo com Scheffer, esse índice pode demonstrar que os garotos também poderiam se esquecer de usar com os clientes.
Uma outra pesquisa, realizada pelo Centro de Referência e Treinamento DST/Aids, também em 96, demonstra que, entre 67 garotos, 31% possuíam o vírus HIV.
Além da Aids, os garotos de programa estão sujeitos a outros riscos. Segundo o diretor da divisão médica do Instituto de Infectologia do Hospital Emílio Ribas, Vasco Carvalho Pedroso de Lima, não usar preservativos pode possibilitar o contágio com todas as DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis), inclusive a Aids, além de doenças provocadas por germes intestinais localizados na região anal. (GG)



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