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Alquimia de ritmos ainda vive
das Regionais
A saga de Francisco França, apelidado de Science por causa do tio
de um amigo que gostava de ficção
científica, começou com a influência da música negra.
Logo, James Brown e Jorge Ben
Jor tiveram a companhia dos raps
da Legião Hip Hop na radiola de
Chico. Em seguida, veio o ritmo do
bloco afro Lamento Negro.
Estava formada na cabeça de
Science a alquimia de ritmos que
viria a caracterizar a sua música e a
de toda uma geração de músicos
contemporâneos.
Outra peça do mosaico foi a ação
social junto ao Centro de Apoio à
Comunidade Carente "Daruê Malungo", que foi determinante para
o engajamento de Chico nas questões sociológicas de sua terra natal,
tema recorrente em suas letras.
Os companheiros da antiga banda Loutsal, o guitarrista Lúcio e o
baixista Alexandre, também entraram em cena. Era o nascimento
da Nação Zumbi.
Para completar o circo, faltavam
as idéias de Fred 04, o ideólogo do
movimento, e o trânsito azeitado
do radialista Renato L. pela cena
pop de Recife.
Entre maracatus atômicos,
idéias do escritor Josué de Castro,
criador do símbolo do homem caranguejo, bits de computadores,
criatividade e ritmo, o mangue
beat (que começou como manguebit) foi mandando suas influências
para todo o Brasil.
A figura da parabólica fincada no
mangue foi perfeita para simbolizar o universalismo que os garotos
da diversidade musical semearam
pelo Brasil e pelo mundo.
Paradoxalmente, dois discos e,
alguns anos
depois, o
abre-alas da
revolução
musical pernambucana
morre em
frente a um
mangue, nascedouro de
cerca de 2.000
espécies de
seres vivos,
rico como a
música de
Science.
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