UOL


São Paulo, segunda-feira, 02 de junho de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FOLHATEEN EXPLICA

Pesquisa aponta que quase 2 milhões estão sem emprego em SP

Caio Guatelli/Folha Imagem
David de Freitas, 42, gerente de RH desempregado, procura vaga no centro de São Paulo


Desemprego alto e queda no crescimento são maus sinais

DA REDAÇÃO

Os últimos meses registraram desemprego crescente e não-crescimento da economia. Em dias seguidos da semana passada, as duas más notícias chegaram para piorar o mau humor dos brasileiros.
A primeira mostrou que o índice que mede o desemprego na Grande São Paulo registrou 20,6% da População Economicamente Ativa (total daqueles que trabalham ou procuram emprego), a maior taxa desde 1985. O número total de desempregados chega a 1,94 milhão, concentrados na região metropolitana de São Paulo. Para os economistas, esse número deve atingir os 2 milhões ainda no primeiro semestre.
A segunda revelou que, nos primeiros três meses de 2003, o PIB (Produto Interno Bruto ou soma das riquezas produzidas no país) caiu 0,1% em relação aos últimos três meses de 2002.
Só o consumo das famílias brasileiras -que responde por 59,3% do PIB- caiu 0,6% com relação ao trimestre anterior e 2,3% com relação ao mesmo período de 2002.
Para explicar o mau desempenho da economia, o governo Lula jogou a culpa na administração passada e na necessidade de controlar a inflação por meio da elevação da taxa de juros.
Baixo crescimento econômico, juros altos e aperto nas contas do governo, com redução de gastos e de investimentos, explicam a piora no emprego, na avaliação de economistas e especialistas em mercado de trabalho.
Os grupos em que é maior o desemprego são os das pessoas entre 25 e 39 anos, das mulheres e dos chefes de família.
O setor mais afetado pela falta de crescimento e pelos juros altos é o comércio, que, só em abril, fechou 49 mil vagas. Com medo de perder emprego e desestimuladas -por causa dos juros- a adquirir produtos, as pessoas deixam de comprar e isso se reflete diretamente no setor do comércio.
Os outros setores registraram aumento tímido de vagas. Nos serviços, responsável por metade das vagas na Grande São Paulo, 3.000 vagas foram abertas -mesmo desempenho da indústria.
Na avaliação de técnicos do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos), mesmo se houver redução dos juros em junho, a melhoria do mercado de trabalho só deve acontecer a partir do último trimestre do ano.



Texto Anterior: Game On: Novas versões aumentam fome de jogadas
Próximo Texto: Estante: Fábula ecológica mistura ingenuidade e crítica à lógica brutal do homem
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.