Quem já ouviu falar da banda "mexicana" Brujeria, que toca pela primeira vez no Brasil, deve ter se deparado com alguns boatos: o grupo é satanista; eles são mexicanos; em sua formação já passaram Igor Cavalera (Sepultura), Jello Biafra (Dead Kennedys), membros do Slayer, Faith no More e Fear Factory.
A banda é americana, mas "finge" ser do México. Suas identidades são preservadas -tocam de máscaras- é proibido fotografá-los em shows: "Vamos pedir para retirar a bateria de quem levar câmeras", alerta Pinche Peach, um dos três vocalistas, em entrevista ao Folhateen, e o único sem um nome "fantasia cucaracha".
Os outros integrantes são os vocalistas Juan Brujo e Fantasma (não se sabe, mas é ou já foi baixista do Down by Law e dizem ser parente do Tom Araya, do Slayer), o guitarrista Asesino (Dino Casares, ex-Fear Factory), o baterista Hongo Jr. (Nick Barker, ex-Cradle of Filth), o baixista Hongo (Shane Embury, do Napalm Death). Tem até uma menina, Pititis, "que não vai ao Brasil por questões trabalhistas, afinal, Pititis é a concubina do inferno", diz Peach. Quanto a participações de Slayer e Faith no More: "Não confirmo, mas não nego".
"Matando Gueros", primeiro disco da banda (de 1993), poderia ter contado com o baterista do Sepultura, mas Peach diz que, apesar de querer ter sido verdade, é boato. Em 1995, foi lançado o "Raza Odiada". Entre um disco e outro, gravaram vários compactos e singles, até mesmo com Jello Biafra. O álbum mais recente é de quatro anos atrás, o "Brujerizmo", que fez muita gente se perguntar se os "brujos" realmente matam bodes antes do show. "Gostamos, sim, de fazer "brujeria", está em nosso dia-a-dia. Nossos shows são como missas e nossos soldados [como chamam os fãs], nossos fiéis." Amém.
(ANA PAULA DE OLIVEIRA)