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SEXO & SAÚDE
Café da manhã com Sue Johanson
JAIRO BAUER
Acabei de tomar café da manhã com a Sue
Johanson. Para quem não conhece, ela é
a enfermeira com cara de avó simpática
que apresenta um programa semanal sobre sexo nos EUA e no Canadá (o ótimo
"Falando de Sexo com Sue Johanson", transmitido no
Brasil pela GNT). Discutimos alguns pontos importantes, que acho bacana dividir com vocês:
1. Escola é o melhor palco para a discussão da sexualidade. No Canadá, projetos de sexualidade e prevenção
são obrigatórios nas escolas. Assuntos polêmicos como
controle de natalidade, uso de camisinha, masturbação
e aborto estão presentes. Nos EUA, esses projetos não
são obrigatórios e têm sido mais superficiais, restritos a
descrições anatômicas do sexo. O tom é freqüentemente atemorizante e de resultado duvidoso. Se eu fosse você, caro leitor, pediria que sua escola trabalhasse sexualidade do jeito que você quer aprender. E rápido!
2. Projetos americanos de educação sexual que investiram em abstinência sexual, muitos dos quais apoiados
pelo governo Bush, não deram certo. Os estudos mostram que mais de 80% das pessoas que se comprometeram com a abstinência não conseguiram cumprir sua
promessa, o que reforça a necessidade de se investir em
prevenção.
3. Projetos de controle de natalidade devem acontecer
de forma permanente, para garantir o acesso dos jovens
aos meios necessários para evitar uma gravidez indesejada e a transmissão de DSTs. A pressão sobre o posto
de saúde local pode fazer com que ele se mobilize para
fornecer esses meios.
4. O homem tem que aprender a falar mais sobre sexo,
e os garotos devem se ligar nessa história. A maior parte
das decisões de buscar ajuda ou informação ainda parte
da mulher. O homem deve procurar o médico quando
está com problemas e precisa se comunicar melhor com
suas parceiras.
5. O uso da camisinha ainda é
um problema. Muitos jovens não querem
enxergar riscos e deixam a
prevenção falhar. Os jovens
deveriam incorporar, de
vez, a importância de se
proteger.
6. Para acabar, o Brasil é
um país de dimensões colossais. Enquanto uma pequena parcela da população
jovem tem acesso à camisinha, à informação e a cuidados médicos, muita gente
continua fora da escola,
sem meios de se proteger
no sexo e sem um suporte
do sistema de saúde. Não é
à toa que explodem casos
de gestação na adolescência, DSTs e tentativas de
aborto. Está na hora de mudar tudo isso.
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