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São Paulo, segunda-feira, 04 de agosto de 2003

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KAREN O Vocal do Yeah Yeah Yeahs reúne os talentos de Debbie Harry, Chrissie Hynde e Courtney Love

Mulheres que GRITAM

Divulgação
Karen O, vocalista do Yeah Yeah Yeahs


FERNANDA MENA
DA REPORTAGEM LOCAL

O trio de punk-arte-rock Yeah Yeah Yeahs ganhou visibilidade na mesma sequência de revelações que trouxe a público os Strokes, que falaram maravilhas do grupo em entrevistas. A popularidade do YYY e seu hype na mídia, no entanto, se devem a um aspecto singular do grupo: o fator Karen O.
A vocalista de 23 anos é hoje considerada a mulher mais quente e bonita do rock nova-iorquino desde Debbie Harry, do Blondie -que seduzia o público nos já longínquos anos 70.
Na verdade, Karen O reúne qualidades próprias de Harry, de Chrissie Hynde (The Pretenders) e de Courtney Love (Hole) em um só corpinho. É sexy nas performances, abusada nas letras, rebelde e moderna na atitude. Tem estilo, ótimas roupas (feitas por uma amiga estilista) e mostra autenticidade no cantar.
Tudo isso faz com que muita gente dê mais valor e atenção a Karen O do que às músicas em que ela canta, grita e faz o diabo. E isso, por mais que seja compreensível, é bastante injusto.
Formado também por Nick Zinner (guitarra) e Brian Chase (bateria), o YYY é uma das mais instigantes bandas de rock surgidas nos últimos tempos. Prescindindo de um contrabaixo, suas canções são urgentes, guiadas por uma guitarra poderosa, suja e barulhenta.
Mas que não seja excluído o mérito da moça. Com Karen O, o YYY é muito mais atraente. E, longe de ser mero objeto decorativo, a vocalista confere fúria e sinceridade a um garage punk dançante que normalmente está sujeito a uma sensibilidade baseada na testosterona.
Nos primeiros shows, ela passava óleo no corpo para parecer suada e ficar brilhante. Agora, depois do hype, prefere fazer isso com champanhe e cerveja. Tudo bem provocante. "Decidi formar uma banda porque estava cheia de shows chatos. As pessoas dizem que eu sou uma puta, que sou supersensual, mas acho que esses adjetivos me subestimam. Não sou das ruas, sou uma universitária."
Karen O é uma garota de classe média, cresceu em Nova Jersey e estudou arte. Sua credibilidade não está na escola das ruas de Nova York, mas no fato de ela ser uma representante rebelde da classe média confortável e asfixiada. "Hoje, temos informação antes da experiência da realidade. E tudo o que queremos é questionar e criar algo novo. Quero experimentar as coisas de uma maneira mais intensa. Quero que o público tenha a possibilidade de escolher a sua. Se querem pop, que tenham pop, mas também ruído, raiva, amor e tristeza. Qualquer coisa com a qual se possa lutar contra a indiferença. Porque a indiferença mata."
Pode ficar tranquila, Karen! Indiferente a você, por enquanto, parece que ninguém vai ficar.


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