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AMY LEE Vocalista do Evanescence hipnotiza os fãs com melodrama e pose de inspiração divina
RICARDO LISBÔA
DA REPORTAGEM LOCAL
De olhos azuizinhos e pele branquinha,
ela é quase um anjo, ou melhor, uma
fada, como gosta de se vestir às vezes. A
condição sobrenatural vem dando resultados, Amy Lee, 20, a vocalista do Evanescence, conseguiu hipnotizar mais de
3 milhões de pessoas no mundo inteiro
com o lançamento de seu primeiro disco, "Fallen", neste ano.
O quê de assombroso se faz ainda mais
forte sabendo-se que 2003 está se mostrando bem ruim para a indústria musical no mundo todo. A fórmula mágica do
sucesso veio a partir da união de Amy
com seu namorado na época, em 1997, o
guitarrista Ben Moody, numa cidadezinha chamada Little Rock, no interior dos
EUA, quando decidiram montar o Evanescence para escaparem do tédio. O namoro acabou, mas o trabalho ficou.
O marasmo da vida, Amy transformou
em melodrama e o colocou em sua voz,
que é uma coisa quase operística, bem ao
estilo do death-core escandinavo, tipo
Nightwish, mas com a banda tocando
como o Linkin Park por trás. Num mundo justo, não seria sucesso, mas fez. Alguns críticos apontaram a razão do êxito
na necessidade de as meninas buscarem
referências em mulheres que sejam roqueiras sem serem muito bizarras. As
mais próximas dessa posição seriam
Shirley Manson e Courtney Love, que já
são quase quarentonas (ver quadro).
Em algum termo, parece que os projetistas acertaram, as meninas realmente
enchem os shows do Evanescence, entre
elas um considerável batalhão de garotas
lésbicas, que engrossam o coro dos meninos ao pedir que Amy mostre os seios
em seus shows. "Estou farta das meninas
que mostram os peitos. Eu me respeito.
Não sou uma stripper nem vou ser, mesmo que minha banda não ande bem",
desestimulou Amy, em entrevista à revista "Entertainment Weekly".
Dizendo-se influenciada pelas obras de
Tori Amos e Björk (coisa que pouco se pode notar em suas músicas, como nas superestouradas "Going Under" e "Bring Me
to Life"), seus primeiros fãs achavam que
a maior inspiração era mesmo divina.
Acontece que o Evanescence começou a
fazer sucesso entre os jovens cristãos que,
hoje, foram deixados meio de lado pela
banda. "Somos cristãos, mas não somos
uma banda de propaganda cristã. Só queremos fazer músicas que falem da nossa
vida", diz Amy, no que se pode considerar
uma alfinetada nos colegas do Creed, que
fazem questão de se manter em cima do
muro.
Seja cristã, seja personagem da mitologia, o que interessa é que Amy Lee está colocando o seu nome num lugar muito importante da música pop. Talvez por falta
de competidoras melhores.
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