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MÚSICA
Trama cria circuito para aproximar artistas de universitários
Ponha os neurônios para dançar
GUILHERME WERNECK
DA REPORTAGEM LOCAL
Tom Zé, Lenine, Otto, Nação
Zumbi, Max de Castro, Cordel do
Fogo Encantado, DJ Patife, DJ Marcelinho e DJ Ilya Simione. Esse é o
time de embaixadores convocados
pela Trama -todos são artistas da
gravadora, exceto Lenine (que é do
elenco da BMG, mas tem todas as
suas músicas editadas pela Trama)
- para levar a nova música brasileira ao público universitário.
A partir da próxima sexta (8/11),
tem início em São Paulo o Circuito
Universitário -uma série de grandes shows, com participação de pelo menos dois artistas, feitos em
universidades paulistas ou em locais próximos a elas (veja a programação no quadro acima).
Ao todo, há cinco datas confirmadas: duas em São Paulo, uma em Piracicaba, uma em Ribeirão Preto e
uma em Bauru. O projeto ainda
prevê mais uma data em São José do
Rio Preto, ainda sem confirmação.
Em São Paulo, os shows serão no
velódromo da USP, que comporta
8.000 pessoas. Lá será montado um
palco móvel com luz, som e um "videowall".
Marcelinho, ex-dj do Câmbio Negro, abre a noite com sua técnica
impecável nos scratches. Depois,
Tom Zé apresenta a sua música incendiária, Lenine faz show baseado
em seu último álbum, "Falange Canibal", e Patife quebra tudo com o
seu drum'n'bass cheio de bossa.
Idealizador do projeto, João Marcello Bôscoli, 30, um dos presidentes da Trama, diz que não está inventando nada de novo.
"Na verdade, conheci a idéia
quando era moleque e muitos artistas faziam o circuito universitário,
entre eles a Elis [Regina", minha
mãe. Em casa, ela e o César [Camargo" Mariano se referiam aos shows
do circuito universitário como uma
experiência mágica, pois eles falavam com um público de cabeça
aberta, cheio de curiosidades", diz.
Para não dar bola fora, antes de
escolher os artistas que se apresentarão no circuito, a gravadora ouviu
os estudantes por meio de seus centros e diretórios acadêmicos. "É um
show da Trama. Demos um leque
de opções aos diretórios acadêmicos e eles elaboraram as listas. Nomes como Nação Zumbi, Otto, Cordel do Fogo Encantado e até Fernanda Porto são muito fortes entre
os estudantes e aparecem ao lado de
artistas de outras gravadoras como
Pato Fu, Lobão e Nando Reis", diz.
A escolha da universidade como
palco não é gratuita. Faz parte de
um marketing que aposta na aproximação dos artistas da gravadora
com os estudantes, uma vez que
muitos deles estão fora do esquemão das rádios, que repetem as músicas de trabalho até a náusea.
A idéia original previa shows nos
campi das universidades, mas, como alguns não comportavam um
grande público com segurança, a
maior parte deles será em casas noturnas próximas às faculdades.
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