São Paulo, segunda-feira, 05 de março de 2001

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PREVENÇÃO
Incidência de DSTs aumenta no mundo todo

HPV atinge 20% de sexualmente ativos; 60% pegam o vírus em um único contato sexual
FERNANDA MENA

DA REPORTAGEM LOCAL

Os números já são de assustar. As doenças, então, nem se fale. A Coordenação Nacional de DSTs e Aids do Ministério da Saúde tem registrados, de 1980 a setembro de 2000, nada menos que 24.944 casos de Aids em jovens entre 13 e 24 anos. Enquanto não há nenhum aumento considerável no número de adolescentes infectados pelo HIV nos últimos anos, os casos de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) deram um salto.
"O slogan "Aids mata" mobiliza muita gente que se esquece das DSTs. E quem teve uma DST tem até 17 vezes mais chance de pegar HIV", alerta Albertina Duarte Takiuti, 52, coordenadora do Programa do Adolescente da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo. "Não se fala mais em grupo de risco, mas em situação de risco."
Segundo o chefe da divisão de DSTs do Hospital das Clínicas, em São Paulo, Walter Belda Júnior, 45, a predominância de DSTs está na faixa etária de 16 a 35 anos. "Estima-se que, a cada ano, ocorram cerca de 300 mil novos casos de sífilis no Brasil. Além disso, estamos vivendo um quadro de epidemia mundial de HPV", completa (veja quadro ao lado para conhecer as DSTs).
Albertina confirma que o HPV é a DST mais frequente e que aumentou estatisticamente em todo o mundo. Nos EUA e na Inglaterra, por exemplo, a incidência de HPV aumentou até oito vezes nas últimas duas décadas.
Todo mundo está cansado de saber que tem que usar camisinha sempre e que não é possível apontar na rua quem tem DST. Portanto aquela garota linda com quem você ficou ou o fofo do seu novo namorado podem estar infectados. O negócio é deixar de lado o romantismo burro de não usar preservativo porque você acha que "é impossível que ele/ela possa lhe passar algo" e visitar sempre o ginecologista ou o urologista.
As DSTs podem ser diagnosticadas numa consulta e confirmadas em exames laboratoriais. Com exceção da Aids, todas são curáveis. Mas há um agravante. É que algumas DSTs, como o herpes e o HPV, podem ser adquiridas sem que haja penetração, na troca de carícias de um amasso mais forte em que o parceiro entre em contato com a lesão causada pelos vírus dessas doenças. "Tenho casos de meninas que, mesmo virgens, têm alguma DST", revela Albertina. Camisinha nelas!



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